Os deputados açorianos entendem que a obra na Fajã do Calhau deve ser alvo de monitorização constante.
Segundo o Relatório elaborado pela Comissão de Assuntos Parlamentares, Ambiente e Trabalho, o local apresenta riscos geológicos e sísmicos.
O Relatório da Comissão dos Assuntos Parlamentares não apresenta críticas ao Governo regional, o dono da obra, mas, o documento que amanhã será apresentado em plenário, conclui que a estrada de acesso à Fajã do Calhau provocou perturbações na fauna e no meio aquático.
Além de ter sido destruída a vegetação local, houve grandes quantidades de inertes que foram lançados encosta abaixo, até ao mar, mas apesar desse facto, a intervenção não obriga à realização de um estudo de impacto ambiental, como refere o Decreto-Lei 69/ 2000.
Em Maio de 2006, quando a obra teve início, a área intervencionada não estava abrangida por qualquer instrumento de ordenamento do território, mas isso não significa que os deputados concordem com a obra.
A relação custo/benefício da obra não é consensual, atendendo a que a localidade servida pelo novo acesso não tem população permanente e, mais grave do que isso, apresenta riscos geológicos e sísmicos que podem fazer aumentar a instabilidade da falésia.
Num aspecto, todos parecem estar de acordo: o único acesso que existe para a Fajã do Calhau, através do Faial da Terra, não oferece condições de segurança, devido ao elevado risco de desabamentos.