Estudo vai caracterizar “caminhos” e integração dos repatriados

O Governo Regional dos Açores espera ter concluído em 2012 um estudo “relevante” que caracterize a vivência e a integração dos emigrantes açorianos repatriados dos EUA e Canadá depois de terem sido condenados pela justiça destes dois países.

“Estamos em negociação com a Universidade dos Açores para se proceder a este estudo, que deverá estar concluído em 2012”, revelou Graça Castanho, diretora regional das Comunidades, em declarações à Lusa. As deportações de cidadãos açorianos começaram em 1989, quando chegaram os primeiros três emigrantes deportados dos EUA, tendo regressado aos Açores desde essa altura cerca de 1.000 pessoas que foram obrigadas a sair dos EUA e Canadá. “Desde 2004 até hoje chegaram cerca de 500 pessoas, numa média de 50 a 60 por ano”, especificou Graça Castanho. Para a diretora regional, duas décadas depois das primeiras deportações, é “extremamente relevante” realizar um estudo junto de indivíduos que saíram do arquipélago nos primeiros anos de vida, viveram décadas nos EUA e Canadá e depois foram obrigados a regressar, muitos deles não sabendo falar português. “É preciso saber qual o grau de sucesso de integração que estes indivíduos têm e quais os problemas que têm decorrido da vinda deles para os Açores”, afirmou, acrescentando que o estudo também deve analisar “os problemas que eles deixam nos EUA e Canadá, que saídas têm encontrado e quais as maiores dificuldades que sentem nos Açores”. Graça Castanho salientou ainda que o estudo será um instrumento importante para que “os serviços e organismos que colaboram no processo de integração dos regressados possam avaliar o seu trabalho e perceber que caminhos devem ser percorridos para salvaguardar a segurança e qualidade de vida destes cidadãos”. A diretora regional referiu que “a maioria dos regressados trabalha na construção civil”, salientando que outros “fazem a sua integração inicial nas instituições que os recebem através de programas para o primeiro emprego, depois de aprenderem a língua e questões culturais”. Nesse sentido, considerou o estudo de grande relevância para conhecer os “caminhos percorridos” por estes indivíduos nas últimas duas décadas.

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