O eurodeputado Ricardo Serrão Santos considerou hoje que a eleição de Donald Trump faz “renascer sérias ameaças potenciais quanto ao futuro do nosso planeta e dos nossos mares e oceanos”.
Numa intervenção na Comissão de Pescas do Parlamento Europeu, a propósito da “Politica integrada da UE para o Ártico”, Serrão Santos afirmou que “muitos progressos alcançados através de convenções, acordos e protocolos internacionais vão ficar mais longe dos compromissos assumidos”.
O eurodeputado, recordou que apesar de Bill Clinton ter assinado a Lei Internacional do Mar “os EUA não a chegaram a ratificar nem ratificaram a Convenção da Diversidade Biológica”.
Serrão Santos disse esperar pelas declarações que Donald Trump, agora eleito Presidente dos EUA, foi fazendo ao longo da campanha que os Estados Unidos irão agora recuar nos termos do acordo de Paris obtido na COP21, que foi assinado em Setembro por Barack Obama. Estes documentos são peças centrais na questão do Ártico, e muitas outras questão relacionadas com a segurança do planeta”.
Referindo-se em específico ao Ártico o deputado Socialista enfatizou tratar-se de “uma região de significado global e que o que ali acontecer terá um efeito muito além da sua extensão”.
Para Serrão Santos “a situação atual no Árctico é particularmente complexa, tanto em termos de alterações ambientais como em planos políticos dispares. O degelo do Árctico é considerado por alguns como uma forma de encurtar as distâncias e aumentar o lucro, facilitando o acesso a recursos vivos [e não vivos]. Uma oportunidade para aumentar as zonas de pesca e, ao mesmo, atalho para o comércio e para facilitar a exploração de energia fóssil e minerais”.
Porém, alertou o deputado europeu, “o Ártico alberga um conjunto globalmente significativo de biodiversidade, e o tamanho e a natureza dos seus ecossistemas tornam-nos de importância crítica para o equilíbrio biológico, e também químico e físico do globo. A exploração industrial de recursos naturais renováveis [e também não renováveis] coloca desafios especiais no Árctico e apela à cooperação internacional”.