O antigo líder nacional do PSD Luís Marques Mendes considerou, nos Açores, que a greve dos professores na segunda-feira foi “uma derrota” para a escola pública, acusando os seus defensores de gestos incoerentes.
“Foi uma derrota, em particular para a escola pública. A escola pública que é importante e necessária”, afirmou Luís Marques Mendes, num breve comentário à greve dos professores, durante um discurso na apresentação da candidatura do social-democrata Rui Melo à Câmara Municipal de Vila Franca do Campo, em São Miguel, nos Açores.
Ao contrário da “grande vitória” reclamada segunda-feira pelos sindicatos dos docentes, o antigo dirigentes social-democrata prefere destacar as grandes diferenças existentes entre o ensino público e o ensino privado em Portugal, acrescentando que, ao mesmo tempo que “se reforça a imagem boa da escola privada, vai-se denegrindo a imagem da escola pública”.
“Na escola pública faz-se greve, na escola privada não se faz. Na escola pública há instabilidade, na privada há estabilidade. Na escola pública os alunos vivem em clima de stress e de incerteza sem saber se há exames, na escola privada todos os alunos vivem num ambiente de tranquilidade”, referiu Marques Mendes.
O também Conselheiro de Estado afirmou que quem tem dinheiro para pôr os seus filhos num colégio privado “não tem problemas como os que se viveram segunda-feira, com greves e perturbações nos exames nacionais, ao passo que quem não tem dinheiro, que são os mais fracos, vai para a escola pública e passa por estas confusões”.
“Mesmo os que falam da escola pública, acabam depois, com intenção ou sem ela, por ajudar a denegrir a escola pública, o que significa que não há coerência”, sustentou.
Lusa