Se a ecografia for abdominal (essencial para diagnosticar cancros, quistos ou inflamações de órgãos como o fígado ou o pâncreas), o preço mais frequente apurado pela DECO no continente foi de 50 euros, variando em nove clínicas e centros dos Açores entre os 60 e os 80 euros.
Mas há outros exemplos: um TAC da coluna lombar que no continente tem como preço mais frequente os 125 euros, nos Açores, em duas clínicas analisadas, os preços eram de 150 e 170 euros pelo mesmo exame.
Na categoria dos exames gráficos, um electrocardiograma, essencial para mostrar eventuais perturbações cardíacas, tem como preço mais frequente no continente os 15 euros, variando em seis clínicas e centros médicos dos Açores entre os 20 e os 27 euros. Um electromiograma e estudo da condução nervosa (localização e determinação de doenças dos tecidos e dos nervos) tem preços mais equilibrados, embora neste exame particular a amostragem da DECO seja muito pouco representativa: o preço mais frequente no continente é de 75 euros e no único centro analisado nos Açores é de 80 euros.
Por fim, um exemplo em que os Açores invertem a tendência no preço dos exames complementares de diagnóstico praticados nas clínicas e centros médicos privados. Na endoscopia digestiva alta, que diagnostica úlceras, tumores e inflamações no esófago e estômago, os Açores até têm um preço mais frequente em quatro de cinco estabelecimentos analisados (90 euros) abaixo do mais frequente praticado no continente, que é de 100 euros. Mas os cuidados na realização de um exame não se ficam pelo preço.
Cuidado com o tempo de espera
O estudo da DECO, publicado na mais recente edição da revista “Teste Saúde” alerta sobretudo para uma questão que os utentes das clínicas e centros médicos privados devem ter em conta, sempre que lá forem fazer um exame por indicação de um médico e sujeito a comparticipação pelo Estado. É que em 15 desses estabelecimentos, num universo de 180 marcações de exames, a data do exame foi antecipada sempre que o utente da DECO disse que não se importava de pagar o exame na totalidade, abdicando da comparticipação a que a sua credencial lhe dava direito. Uma situação que é ilegal mas que, segundo o estudo da DECO, não aconteceu em nenhuma das clínicas ou centros analisados nos Açores. Recorde-se que a espera por um exame no sector público é normalmente muito grande.
in AOriental / Rui Jorge Cabral