Na sequência de um encontro com o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, em Ponta Delgada, considerou os radares “fundamentais para a monitorização do tempo e com muita relevância em particular nestes tempos que vivemos, e que vamos continuar a viver, dominados por mudanças de clima e por sistemas extremos de ventos e de agitação marítima”.
Ricardo Serrão Santos salvaguardou a sua importância para a economia e para a segurança das populações, não só para os Açores mas para “todo o Atlântico”, tendo afirmado que em meados de janeiro foi publicado o aviso para os dois radares a instalar na região e outros dois em falta no continente.
O titular da pasta do Mar considerou que houve um “trabalho aturado, técnico, entre o Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA) e o Governo dos Açores relativamente às especificidades técnicas e localização dos radares”, projeto que foi incluído pelo Ministério do Mar no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
No caso específico da instalação do radar meteorológico de São Miguel, este foi relocalizado do Pico da Barrosa para o Pico dos Santos de Cima, na zona das Sete Cidades, tendo o terreno sido cedido pela Câmara Municipal de Ponta Delgada.
A alteração teve lugar porque este foi considerado pelos técnicos “o local apropriado e que não levanta problemas de ordem ecológica nem ambiental, uma vez que não é uma reserva”.
Os radares a instalar nos Açores “vão acompanhar a evolução da tecnologia e trazer a mais moderna que existe”, estando orçados em seis milhões de euros”, segundo Serrão Santos.
O presidente do Governo dos Açores congratulou-se com o projeto, recordando que “há muito que se fala desta ambição e desta oportunidade”, tendo-se optado, contudo, com o IPMA, em “deixar-se para trás as palavras e passar-se às concretizações”.
Em setembro de 2020, foi inaugurado o radar de Santa Bárbara, na ilha Terceira.
Até então, os Açores eram a única região do país sem cobertura por radar meteorológico e há vários anos que as autoridades regionais reivindicavam este equipamento.
A Força Aérea norte-americana detinha um radar meteorológico na ilha Terceira, mas decidiu desativá-lo em 2016, na sequência de um processo de redução militar na base das Lajes, localizada na mesma ilha.
Lusa