Os dois gabinetes de medicina legal existentes no arquipélago – um em Ponta Delgada e outro em Angra do Heroísmo -, são assegurados por oito médicos especializados, mas que desempenham funções em regime de “part-time” para o INML, já que estão vinculados ao Serviço Regional de Saúde.
Segundo fonte do Serviço Regional de Saúde, a demora na realização desta autópsia (situação que é comum nas ilhas mais pequenas do arquipélago) está relacionada com o vínculo que os médicos de medicina legal que exercem nos Açores têm com o INML.
As deslocações dos médicos de medicina legal às ilhas onde não existem profissionais especializados nesta área como é o caso das Flores têm que ter em conta a disponibilidade dos profissionais de saúde da região, o que leva a que, por vezes, sejam requisitados médicos ao Continente.
Cansada de esperar, Fátima Lopes, mulher do falecido, lamenta que o Ministério Público continue a dar indicações de que a família “tem de aguardar” a chegada à ilha de um profissional de saúde, que possa determinar as causas da morte do marido.
“O Ministério Público diz apenas que nós temos de esperar”, lamentou a viúva.
O acidente ocorreu dia 16 de Novembro quando o tractor em que seguia José António Borges, de 33 anos, saiu da estrada, capotando para uma pastagem e ceifando a vida ao condutor.
Fátima Lopes garante que a autópsia não foi pedida pela família, mas sim pelo Tribunal, por causa dos seguros envolvidos no acidente.