A família de Fátima Sequeira Dias vai ceder todo o espólio da professora universitária, investigadora e escritora, que faleceu prematuramente em 2013, à Câmara Municipal de Ponta Delgada, num total de 10.000 volumes e 250 caixas de arquivo com artigos, preparação de aulas e muitos outros escritos.
A cedência de todo o espólio da investigadora ao Município de Ponta Delgada, segundo o filho, Rodrigo Sequeira Dias, prende-se com o desejo da mãe de querer manter na sua terra natal o trabalho de toda a sua vida.
Recorde-se que, a 8 de março de 2013, a Câmara de Ponta Delgada atribuiu, a título póstumo, a Medalha de Ouro do Município a Fátima Sequeira Dias, uma homenagem a um nome que ficará para sempre ligado à História dos Açores, quer através de um intenso percurso académico, quer através da produção literária notável.
Fátima Sequeira Dias que nasceu a 12 de outubro de 1958 (completaria 56 anos de idade este domingo), foi professora catedrática do Departamento de Economia e Gestão da Universidade dos Açores, onde se licenciou em História em 1981, tendo ainda feito o mestrado em Economia do Desenvolvimento na Universidade Livre de Bruxelas, a pós-graduação em História da Europa Contemporânea no Instituto de Estudos Europeus de Bruxelas e a investigação no Centro de História Económica Marítima de Bergen e no Centro de Economia Internacional de Genebra.
Ainda na academia açoriana, exerceu funções de diretora do Curso de História, foi pró-Reitora para as Relações Universidade/Sociedade, presidente do Conselho Científico e do Conselho do Departamento de Economia e Gestão.
Publicou duas dezenas de obras sobre a história económica dos Açores, estudando e divulgando instituições e empresas como a Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada, o Ateneu Comercial de Ponta Delgada, o Aeroporto de Ponta Delgada, a Casa Bensaúde, a Fábrica de Tabaco Micaelense, a SAAGA e a SATA.
A professora e historiadora publicou ainda as obras “450 anos da Cidade de Ponta Delgada, “Dicionário Sentimental da Ilha de São Miguel” e “Os Judeus nos Açores nos séculos XIX e XX”, entre muitas outras.