Federação das Bandas Filarmónic​as dos Açores alerta para dificuldad​es económicas dos grupos

O presidente da Federação das Bandas Filarmónicas dos Açores, Marco Torre, alertou hoje para as dificuldades que os grupos atravessam, devido à crise económica nacional, defendendo uma atribuição de apoios públicos mais justa.
“Estamos numa fase muito complicada economicamente”, salientou, por videoconferência, em Ponta Delgada, numa audição na Comissão de Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa dos Açores, reunida em Angra do Heroísmo.
Em discussão esteve uma proposta do CDS-PP no sentido de ser criado um apoio do Governo Regional às sociedades recreativas e às filarmónicas da região, que financiasse 25% das despesas com o consumo de energia elétrica, os honorários dos mestres, o transporte de músicos para os ensaios, a aquisição de novas peças e a conservação, manutenção e reparação dos instrumentos.
“Esta proposta do CDS seria muito bem-vinda pelas nossas bandas filarmónicas”, salientou o Marco Torre, acrescentando que o apoio proposto pode ser “fundamental à sobrevivência das filarmónicas”.
O presidente da Federação das Bandas Filarmónicas dos Açores realçou que a atribuição de apoios que existe atualmente “não é a mais correta”, uma vez que as bandas que se candidatam a apoios específicos recebem valores iguais, mesmo que não se empenhem da mesma forma.
“Existem bandas que prestam serviços nas suas comunidades e outras que têm apenas porta aberta”, salientou, considerando que é preciso “distinguir quem trabalha de quem apenas sobrevive”.
Nesse sentido, defendeu que é necessário aumentar a “fiscalização”, para confirmar se o projeto que é proposto a candidatura é “colocado em prática”.
Segundo Marco Torre, a carga burocrática é também muito elevada, o que atrasa o pagamento dos apoios e leva algumas bandas a desistirem de concorrem.
O presidente da federação salientou que as bandas filarmónicas sobrevivem de serviços que prestam em festividades tradicionais, acrescentando que estes serviços são cada vez menos requisitados e contratados por valores cada vez mais baixos.
Marco Torre lembrou que as filarmónicas não cobram aulas nem instrumentos aos seus músicos, salientando que, nesta fase, têm também uma “componente social envolvente”.
Segundo o presidente da Federação de Bandas Filarmónicas dos Açores, atualmente, mesmo receitas próprias e apoios do Governo Regional, as filarmónicas têm dificuldades em adquirir novos instrumentos, explicando, a título de exemplo, que três tímpanos (instrumento de percussão) podem custar cerca de 11 mil euros.
Segundo o secretário regional da Educação, Ciência e Cultura, Luiz Fagundes Duarte, os Açores têm atualmente 102 filarmónicas nas nove ilhas, mas pelas contas de Marco Torre existirão à volta de 130.

 

 

Lusa

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