“Temos que estancar de alguma forma a entrada de pessoal na pesca, temos efetivos a mais e, por isso, quando se repartem as verbas em alguns núcleos piscatórios, há pescadores que recebem pouco dinheiro”, afirmou José António Fernandes.
O presidente da Federação das Pescas dos Açores salientou ainda que “há embarcações com excesso de pessoal, o que não permite que seja rentabilizada para que as pessoas tragam o rendimento necessário para a sua subsistência”.
José António Fernandes, que falava aos jornalistas em Ponta Delgada, afirmou, por outro lado, que “o esforço de pesca sobre as espécies demersais (que vivem junto ao fundo) está a ser exagerado”, defendendo a necessidade de ser feito um estudo que permita tomar medidas.
“Há que fazer urgentemente um estudo para saber o estado dos recursos de pesca”, afirmou, defendendo o envolvimento do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores neste trabalho.
Para o presidente da federação, este estudo permitirá também avaliar se a frota pesqueira dos Açores está adequada às necessidades, admitindo que algumas embarcações possam ter que ser “reorientadas” para a captura de outras espécies.
No mesmo sentido, também admitiu que poderá ser necessário “reduzir o número de embarcações através do abate”, defendendo, no entanto, a necessidade de criar condições para que os pescadores possam “sair com dignidade” desta atividade.
Lusa