As festas, que têm por referência a imagem do “Ecce Homo”, realizam-se na cidade de Ponta Delgada, nos Açores, no quinto domingo a seguir à Páscoa.
As festividades do Senhor Santo Cristo dos Milagres, consideradas a segunda maior manifestação religiosa do país depois das peregrinações a Fátima, trazem anualmente milhares de peregrinos de todo o mundo até à ilha de São Miguel, oriundos das nove ilhas dos Açores, do continente, assim como dos Estado Unidos da América e do Canadá.
“Iremos fazer a festa com todas as coisas que normalmente se fazia, com algumas exceções. A reitoria do Santuário e a Irmandade do Senhor Santo Cristo dos Milagres vão estar bastante atentos à evolução da pandemia. Sabemos que tudo o que nós dissermos hoje é apenas provisório ainda. Ou seja, qualquer programa de festas que se faça hoje é sempre sujeito a algumas alterações”, afirmou o reitor do Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres, Cónego Adriano Borges, numa conferência de imprensa no coro alto do Convento da Esperança, no Campo de São Francisco.
Adriano Borges explicou que, durante as festas, “não funcionarão” no Campo de São Francisco barracas de comes e bebes e nem haverá o tradicional bazar da Irmandade e nem serão realizados concertos de música.
A ideia, salientou, “é criar uma nova dinâmica de oração” naquela praça, onde não será possível a circulação automóvel durante os dias das festividades.
Adriano Borges disse que este ano a imagem do Santo Cristo sairá da Igreja do Santuário logo na sexta-feira (dia 20 de maio) pelas 21:00 e ficará no adro até à meia-noite, sendo posteriormente transportada para a Igreja de São José, localizada no Campo de São Francisco, e onde decorrerá a primeira vigília.
A imagem voltará a estar no adro da Igreja do Santuário na noite de sábado (dia 21 de maio), assim como no domingo (dia 22 de maio), no final da procissão, que percorre as principais ruas da cidade de Ponta Delgada.
O reitor revelou ainda que não haverá a habitual iluminação no Campo de São Francisco e apenas a fachada da igreja estará iluminada.
“Não haverá nada de profano no Campo de São Francisco”, vincou.
Adriano Borges referiu também que a tradicional procissão de sábado à tarde, com a imagem do Santo Cristo, à volta do Campo de São Francisco, voltará a ser realizada, assim como a procissão de domingo, que se realiza desde 1700, e que percorre as ruas da cidade com uma imagem do “Ecce Homo”.
“Mas, eventualmente mais perto do dia da realização dos cortejos, iremos saber quais são as indicações da Direção Regional da Saúde. Sabemos que na rua não é obrigatório o uso de máscaras. Mas, por se tratar de um grande ajuntamento, nós vamos recomendar o seu uso no Campo e durante as procissões”, referiu o reitor do Santuário.
Adriano Borges acrescentou que, para “evitar uma maior concentração de pessoas durante os três principais dias das festas”, foi decidido prolongar o tempo dos festejos, que decorrem entre 14 e 26 de maio.
O provedor da Irmandade do Santo Cristo disse esperar que as festas decorram “da melhor forma”, considerando que este será um momento “muito importante” para os peregrinos que estiveram dois anos sem festejos.
“Não há nada de profano no Campo de São Francisco. É a grande mudança que vai existir”, frisou Carlos Faria e Maia, explicando que caberá à autarquia decidir se existirão ou não barracas de comes e bebes e animação noutras zonas da cidade, nomeadamente na Avenida Infante D. Henrique.
O Cardeal Tolentino Mendonça, natural da Madeira, arquivista e bibliotecário da Santa Sé, irá presidir aos festejos religiosos.
Lusa