Josefina Medeiros, de 45 anos, veio de San José, na Califórnia (EUA), zona de concentração de emigrantes dos Açores, para cumprir uma promessa feita ao Santo Cristo na sequência de um problema de saúde.
A emigrante, natural de Ponta Delgada veio “agradecer a graça” concedida, tal como Humberto Gonçalo, reformado, que há 15 anos percorre de joelhos o Campo de São Francisco desde que recebeu “proteção divina”.
“Todos os anos venho cá, nesta romaria de fé. As festas do Santo Cristo para mim já não as mesmas sem realizar esta promessa”, disse Humberto Gonçalo.
Enquanto a igreja do Santo Cristo está repleta de fiéis, Dora Soares, de São Miguel, vai terminado a sua décima volta anual ao Campo de São Francisco, como forma de agradecer a sobrevivência da filha, portadora de doença rara.
Desde a madrugada de hoje que as promessas se sucedem perante o olhar de centenas de turistas de um barco de cruzeiros, atracado em Ponta Delgada, que se deliciam com a agitação das festividades, mas não deixam de criticar o caminhar de joelhos como devoção ao Santo Cristo.
José Humberto, natural do Nordeste, reformado, afirma que este ano “há mais promessas” ao Santo Cristo, talvez motivadas “pela crise que afeta o país”.
À margem das romarias de fé, proliferam os vendedores do algodão doce, dos rebuçados tradicionais típicos da ilha de São Miguel e do tremoço, que vão competindo com os vendedores dos “hot dogs” estacionados na esquina, enquanto ao fundo se ouvem os cânticos dos romeiros no templo do Santo Cristo.
Como é tradicional, viaturas da PSP, dos bombeiros, “motards” e taxistas percorrem o Campo de São Francisco em desfile, saudando o Santo Cristo, após a inauguração na noite de sexta-feira da iluminação da igreja.
Hoje, num dos momentos altos do dia, tem lugar a mudança da imagem do “Ecce Homo” do Convento da Esperança para o Santuário, ato que é acompanhado em procissão por milhares de fiéis (ver vídeo).
A primeira procissão do Senhor Santo Cristo, que teve lugar a 11 de abril de 1700, ter-se-á realizado por iniciativa da irmã Madre Teresa da Anunciada, com o apoio da população da ilha, na sequência de uma longa crise sísmica.
As festas religiosas em honra do Santo Cristo terminam no dia 09, realizando-se no domingo a tradicional procissão.
Lusa