O Festival Cordas-“World Music Festival” tem proporcionado uma semana de atividades na vila da Madalena, ilha do Pico, levando a música e os instrumentos de corda a todas as escolas, encerrando este fim-de-semana, com grandes concertos na Praça da Madalena, onde subirão ao palco, entre outros artistas, Rafael Carvalho e os solistas Amadeu Magalhães e Wilson Medina.
Wilson Medina voltou ao Pico apenas há dois anos, depois de uma carreira como enfermeiro na Bélgica. “Tocar bandolim para os doentes e ver as suas reações, os sorrisos que lhes trazia, esses foram os melhores momentos do meu trabalho,” conta o músico que recebeu um bandolim como presente da sua esposa. Este bandolim agora apresenta-se em vários projetos, projetos que o leva a bares pela ilha e a festivais de outras ilhas, Continente e até a Bruxelas, onde gravou com Ynot Silveira. Na sexta à noite, o seu bandolim vai tinir cordas na ilha montanha.
Sábado à noite é a vez de Amadeu Magalhães subir ao palco principal com o cavaquinho. Amadeu Magalhães é um músico poli-instrumentista especializado em instrumentos populares portugueses. Já participou em dezenas de gravações com artistas de renome e também em concertos por festivais do mundo inteiro. Escreveu o manual prático, Introdução ao Cavaquinho Português, e o seu último trabalho discográfico, O Cavaquinho do Amadeu, é um CD de referência neste género musical. No Festival Cordas vem apresentar uma diferente forma de tocar o cavaquinho português, demonstrando o resultado de anos de estudo em redor deste instrumento.
Ainda no sábado, o som da cultura açoriana encerra o palco, com Rafael Carvalho, acompanhado pelo irmão César Carvalho, e a sua Viola da Terra dos Açores, a viola dos dois corações, um instrumento singular da região.
No domingo uma tarde chill-out pelas 16h30 abraça o berimbau do Brazil, a harpa gótica que vem pela mão do português Silveira Anjos Teixeira, residente em Berlim, e ainda instrumentos únicos como a guitarra-bandola-viola de Laurindo Cardoso.
Organizado pela associação MiratecArts em parceria com a Câmara Municipal da Madalena, este é um projeto único no país, que “pretende celebrar a arte dos instrumentos de corda”, explica Terry Costa, diretor artístico da MiratecArts, que afirma que “gostava de ver mais jovens, e em especial mulheres, a pegar na Viola da Terra, aprender a tocar, seja em eventos tradicionais ou mesmo a criar novos grupos que desenvolvam o instrumento mais açoriano para concertos originais. A viola merece, a nossa cultura está a pedir este arranque e desenvolvimento e a MiratecArts está aqui para incentivar e ajudar isso acontecer”.