Festival de Arte Urbana vai transformar Ponta Delgada em museu ao ar livre

As ruas da cidade de Ponta Delgada vão transformar-se a partir de sábado num “museu ao ar livre” com os trabalhos de 30 artistas portugueses e estrangeiros, que participam no I Festival de Arte Urbana dos Açores
“O objetivo é gerar interpretação, confrontar as pessoas com mensagens, imagens, conceitos de ética. Já que as pessoas não vão ao museu, então colocamos o museu no espaço público, ou seja, é um museu ao ar livre”, afirmou Jesse James, da associação ‘Anda&Fala – Interpretação Cultural’, que promove o evento.Este festival, que decorre até 14 de agosto, é um dos primeiros projetos da associação, criada em 2010 por Diana Sousa e Jesse James, dois jovens artistas açorianos, para promover a dinamização do espaço público e a intervenção social.

“A ideia é criar um verdadeiro roteiro por toda a cidade, onde as pessoas, num simples passeio, numa ida para o trabalho ou quando vão buscar os filhos, possam encontrar arte na rua”, frisou Jesse James, destacando o facto de o público poder assistir “à evolução dos trabalhos e contactar diretamente com os artistas”.

As intervenções artísticas vão abranger “uma área desde Santa Clara até S. Roque”, envolvendo a participação de 30 artistas urbanos, dos quais 21 portugueses e nove estrangeiros, que Jesse James frisou serem “novos talentos e nomes incontornáveis da cena artística contemporânea”.

Os portugueses Isabel Sampaio, Kano, Mais ou Menos, Mar, Ram e Smile1Art e os franceses Baze e Woozmoon são os primeiros artistas a intervir nas paredes das ruas de Ponta Delgada, logo no primeiro dia do festival.

“Os artistas não estarão em S. Miguel todos em simultâneo”, revelou Jesse James, acrescentando que “cada artista já tem uma parede definida, mas as zonas onde vão intervir e a hora será fruto do acaso, porque a ideia é dar flexibilidade e um carácter de espontaneidade ao festival”.

Além das pinturas em paredes, está igualmente prevista uma intervenção artística num barco de boca aberta dos anos 40, propriedade da Associação Porto de Abrigo.

“O objetivo é trazer este barco, que estava abandonado, para a rua e sensibilizar as pessoas para a recuperação daquele património histórico açoriano”, afirmou.

O festival, também denominado ‘Walk&Talk Azores’, integra ainda ‘workshops’, encontros temáticos e ‘performances’, sempre em iniciativas “onde a comunidade seja também chamada a participar”.

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