Festival de arte urbana Walk&Talk reúne mais de 60 artistas em Ponta Delgada

O festival de arte urbana Walk&Talk decorre pela terceira vez em Ponta Delgada, nos Açores, reunindo mais de 60 artistas na cidade a partir de sexta-feira para cumprir um “cartaz mais eclético” em relação às edições anteriores.
Jesse James, da organização do festival, explicou à Lusa que este ano, além da parte do “muralismo”, o festival incorporará “outras expressões artísticas”, referindo “a performance” ou a “arquitetura performativa” e artistas que “trabalham noutros suportes”.
Além da arte pública, o festival promove uma exposição coletiva, que será inaugurada na sexta-feira, marcando o arranque do Walk&Talk 2013, e que terá lugar na Galeria Walk&Talk, no largo de S. João, em Ponta Delgada.
Outra das novidades da edição deste ano é a “grande insistência na questão da conversa, do diálogo”.
“É fundamental. Se nos queremos posicionar enquanto festival, a comunidade tem de fazer parte desse processo, desse diálogo”, afirmou Jesse James.
Assim, durante os dias do festival, que termina a 27 de julho, haverá um ciclo de conversas, cuja organização está a cargo de Mafalda Fernandes e Constança Saraiva.
Para estas conversas foram convidadas “pessoas da ilha” (São Miguel) ou que vivem nela, sendo o objetivo “partilhar experiências, ideias e conceitos”, segundo Jesse James, que disse que entre os “conversadores” haverá pescadores, ‘designers’, sociólogos, antropólogos, pescadores e comerciantes, porque “não há a lógica” de se fazer um discurso apenas em torno da arte ou da cultura.
O formato destas conversas é “superinformal” e prevê um papel “muito importante para o público”, já que não há mediador ou mesa de presidência.
Estas conversas resultarão numa publicação, com design de Júlia Albergaria e André Laranjinha, segundo Jesse James.
O responsável afirmou que “para já o festival faz sentido em Ponta Delgada”.
“Este ano é o ano de consolidação. O primeiro foi a introdução, o segundo a afirmação e este ano é a consolidação do projeto. Ainda há muita coisa a fazer e ainda tem de se manter cá, só neste contexto, durante mais algum tempo”, acrescentou.
Jesse James destacou que o “objetivo último” do festival é a criação artística que tem, no entanto, de ser “alicerçado noutras duas disciplinas”: o “turismo criativo”, relacionado com a divulgação do nome Açores junto de “nichos culturais”, e a “comunicação, o potencial de criação de conteúdos” dada a quantidade de artistas que se juntam na ilha de São Miguel nestes dias.
A este propósito, destacou que as características especiais do festival, “descomplexado” e “fora dos circuitos tradicionais de arte contemporânea e dos festivais de arte”, acaba por atrair os artistas a Ponta Delgada, que aceitam o convite sem receberem qualquer remuneração.
“A questão da insularidade e da periferia, no nosso caso, é um trunfo e não um problema”, assegurou.

 

Lusa

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