O Festival de Artesanato dos Açores (Prenda) reúne este mês artesãos de todo o país, funcionando como uma montra dos produtos regionais para potenciar novos negócios numa atividade em crescendo e com mais produtos a caminho da certificação.
“Este ano, o grande destaque são os produtos certificados. Vamos fazer uma campanha específica dos produtos que estão em portaria porque julgo que o público não tem muito conhecimento do que efetivamente tem selo de garantia de certificação de origem açoriana”, disse à Lusa a diretora do Centro Regional de Apoio ao Artesanato (CRAA), Sofia Medeiros.
A segunda edição do Festival de Artesanato dos Açores (Prenda) vai decorrer no Pavilhão do Mar, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, de 22 de novembro a 01 de dezembro, depois de um interregno de um ano, em 2012.
Segundo Sofia Medeiros, estarão presentes “cerca de 52 ‘stands’ com artesãos regionais e nacionais, através da Federação Nacional de Artes e Ofícios, o que permitirá também um intercâmbio em áreas pouco conhecidas nos Açores”, frisando que o evento pretende “destacar o artesanato açoriano nas suas várias valências”, mas também potenciar “novos negócios”.
Este ano, “será feita uma grande campanha dos produtos certificados”, aliando também artesanato e gastronomia.
Produtos artesanais como a tecelagem, cerâmica, bordados, rendas, registos do Senhor Santo Cristo ou até mesmo o miolo de figueira e o miolo de hortênsia e a doçaria já estão certificados, mas o festival vai também destacar outros ainda em processo de certificação.
É o caso dos produtos das “fibras vegetais, desde a cestaria e a chapelaria que estão em processo de certificação”, assim como os tradicionais presépios de lapinha, da ilha de São Miguel (onde são usadas flores secas, conchas, papel, madeira e barro), cujo processo “está um pouco mais adiantado e cuja portaria está quase a ser homologada”, de acordo com Sofia Medeiros, lembrando que o processo de certificação “implica uma grande parte de investigação”.
O festival vai ter também ‘stands’ dedicados à parte alimentar, desde o bolo lêvedo às queijadas, ou ainda projetos piloto como “o da cooperativa Cresaçor e a presença da Loja Açores e de outras instituições, destacando também as parcerias com o Museu Carlos Machado e escolas.
Atualmente estão inscritos no CRAA cerca de 450 artesãos, em várias áreas, mas nem todos estão no ativo.
Sofia Medeiros disse que “este ano tem surgido um grande número de inscritos”, sobretudo “na área dos têxteis”, relacionado com a moda, admitindo que com a crise “as pessoas procuram um extra”.
O Centro Regional de Apoio ao Artesanato promove ao longo do ano várias formações que “de certa forma têm potenciado a entrada de novos artesãos na atividade”, segundo Sofia Medeiros, para quem “a grande batalha é tornar o artesanato autossustentável, já que há nicho e mercado para tal”.
O Prenda, com entrada gratuita, terá uma parte expositiva do artesanato, além de ‘workshops’, animação infantil, gastronomia e espetáculos.
Lusa