O programa decorre nas ilhas da Terceira e de São Miguel e integra oito concertos – dos quais cinco gratuitos – e conta ainda com actividades complementares, como masterclasses e atividades de sensibilização e valorização da herança natural e cultural açoriana, chamando assim a atenção não só para a arte e a criatividade lato sensu, mas também para a sustentabilidade ambiental e para a importância do trabalho interdisciplinar e em rede em todos os domínios.
A 17ª edição do Festival Internacional dos Açores conta ainda com um espectáculo a favor da UNICEF Portugal com a participação da pianista Gülsin Onay que é uma das Embaixadoras da boa-vontade na Turquia.
O Festival Internacional dos Açores teve a sua primeira edição em 1984, mas a história que o antecede começa várias décadas antes. O período que se seguiu à 2ª Guerra Mundial foi particularmente movimentado para o arquipélago que, sendo escala de voos transatlânticos, recebia os viajantes que se deslocavam de e para Nova Iorque. Movimentos que trouxeram a algumas cidades açorianas reconhecidos músicos internacionais, que imprimiram um particular dinamismo ao ambiente cultural aos Açores.
Após o grande terramoto de 1980, que quase destrói a cidade de Angra de Heroísmo, na Ilha Terceira, Jorge Forjaz, então diretor da Direção Regional de Ação Cultural dos Açores, concentrou esforços no reconhecimento da importância cultural e histórica da ilha e da cidade que se torna Património UNESCO da Humanidade três anos depois. E, em 1984, em resultado de um projeto conjunto com o pianista Adriano Jordão, nasce o Festival Internacional dos Açores.
“O Festival nasceu nos Açores, quando Jorge Forjaz foi secretário da cultura nos Açores e numa das suas viagens a Itália pretendeu replicar o que viu num festival de música clássica em Itália. Sem verbas para a concretização de um festival emergente nos Açores, fomos atrás de apoios e um homem ligado à música e à indústria petrolífera
Atualmente o Festival Internacional dos Açores é organizado pela CulturXis, uma associação que junta vários jovens oriundos de várias artes e que tem como missão institucional promover, desenvolver e divulgar iniciativas voltadas para o desenvolvimento cultural das regiões.
Para Adriano Jordão, este “projecto sempre foi muito especial para os Açores, e que esta edição é ainda mais especial, devido não só à sua ligação pessoal a José Saramago, como também à ligação de José Saramago à música. O violoncelo foi uma das fragilidades de Saramago”.
Tiago Nunes, da CulturXis, realça “que esta 17ª edição tem oito concertos dos quais cinco são gratuitos. A Terceira e São Miguel recebem nomes ímpares da música, e através das masterclasses, temos oportunidade de privar e aprender com os músicos presentes, criando pontes de aprendizagens, democratizando assim o acesso à cultura”.
Lusa