O Festival Maré de Agosto, nos Açores, vai retomar em 2014, quando celebra 30 anos, o modelo de três dias de concertos, para minimizar a crise, que segundo a organização afugentou este ano muitos festivaleiros.
“Já há anos que andamos a dizer isso. O barco de domingo tira muitas pessoas, que regressam a Ponta Delgada para ir trabalhar na segunda-feira de manhã. O que estamos a pensar fazer é tirar o domingo do cartaz”, afirmou à Lusa João Pimentel, presidente da Associação Cultural Maré de Agosto, que organiza anualmente o festival na ilha de Santa Maria.
A 29.ª edição do festival, que decorreu de 21 a 25 de agosto na Praia Formosa, teve um orçamento de 260 mil euros e apresentou durante cinco dias 14 bandas de nove países e seis DJ.
João Pimentel adiantou que “há quatro, cinco anos, o festival cresceu de três para quatro, cinco dias, algo que não será continuado”, visto que em 2013recebeu no total cerca de 6.000 festivaleiros, número que ficou aquém das expectativas da organização.
“Notou-se grande diferença na faixa etária. Tivemos pessoal mais velho e outros muito jovens que vieram pela primeira vez a Santa Maria e à Maré de Agosto”, disse João Pimentel, justificando esta alteração, comparativamente com edições anteriores, com a crise que o país atravessa.
“Julgo que existem muitos festivais por todos os Açores, quase todos os fins-de-semana. As famílias têm de decidir quais são os que vão. É mais fácil sair da nossa casa ir a um festival e regressar a nossa casa do que embarcar para outra ilha, que é sempre mais dispendioso”, sustentou.
Para a próxima edição do festival, que comemorará 30 anos, João Pimentel referiu que a organização pretende assinalar a data com eventos ao longo de 2014, como exposições, concertos e atividades da escola de música, com quase 50 crianças, que a Associação Cultural Maré de Agosto criou e que conta com o apoio da autarquia e da junta de Vila do Porto.
João Pimentel adiantou, ainda, que a associação conta inaugurar a sua sede no próximo ano e que “tem várias ideias para por em prática” no próximo festival.
Lusa