O Festival Maré de Agosto, que decorre nos Açores de 21 a 25 de agosto, trouxe em 29 anos quase 500 bandas de música à ilha de Santa Maria, continuando a reunir várias gerações.
“Vilar de Mouros começou em 71 ou 72, mas esteve 11 anos parado. Portanto, em continuidade, sim, somos os mais antigos. Sempre que mandamos um ‘press realese’ ou falamos no festival falamos nisso, mas há ainda muita gente que desconhece o festival”, afirmou à Lusa João Pimental, presidente da associação que organiza o Maré de Agosto.
A 29.ª edição do festival, com um orçamento de 260 mil euros, conta com 14 bandas de nove países e seis DJ, que vão atuar num recinto na Praia Formosa. Além dos concertos, haverá atividades diurnas e noturnas dispersas por vários espaços.
“Somos um festival pequeno, com o máximo de três mil pessoas por dia, mas estamos na mesma linha do festival de Sines”, referiu João Pimentel, acrescentando que a organização apostou num “caminho mais alternativo, com um pouco de cada tipo de música para todas as idades”, para que o festival pudesse sobreviver e distinguir-se dos demais que acontecem no país.
“É um festival que desde sempre tem a família toda no recinto. Os avós sentados numa manta, mais na parte de trás, a tomar conta dos netos, enquanto os pais estão lá à frente ou no bar”, disse João Pimentel, acrescentando que o sucesso e continuidade se deve ao empenho e trabalho da organização, que começa em janeiro a escolher os artistas para compor o cartaz.
Atendendo ao isolamento e pequenez da ilha, onde habitam cerca de 5.000 pessoas, João Pimentel admitiu que acontecem sempre imprevistos de última hora, mas “até agora têm sido sempre resolvidos” e nem sempre é fácil convencer as bandas a atuarem em Santa Maria, pelos custos envolvidos e pela distância.
“Receber um convite de uma ilha com 90 quilómetros quadrados no meio do oceano Atlântico… Ficam sem saber se chegam cá e têm palco, condições, vêm com o nariz meio torcido, digamos assim, mas depois chegam cá e pedem para alterar passagens e ficar mais dias. Depois, no ano seguinte, já aconteceu, voltam por sua conta. Julgo que no ano passado o irmão do Mick Jagger, dos Rolling Stones, andou pela ilha de bicicleta”, revelou.
O festival começa na quarta-feira com a música nacional, a cargo dos DJ Sérgio Fig e Club447. Segue-se, na quinta-feira, Marta Ren (Portugal), Jahcoustix & Yardvibes Crew e Corvus Corax (Alemanha), terminando a noite com o duo Smoove & Turrell (Reino Unido).
Na sexta-feira, 23, sobe ao palco o guitarrista Joel Xavier (Portugal), Berlinski Beat (Alemanha), Huecco (Espanha) e Animal Music (Reino Unido).
Aline Frazão abre o cartaz de sábado, seguindo-se Oumou Sangare, uma cantora da cultura wassoulou, vencedora de um Grammy, Anneke Van Giersbergen (Holanda) e os Glam Slam Dance, de Portugal.
O último dia fica a cargo do britânico David Philips, o irlandês Simon McBride, a banda sueca de folk punk Crash Nomada e os portugueses Dj Malditus.
Em antigas edições, já atuaram no Maré de Agosto artistas nacionais e internacionais como Extreme, Rui Veloso, Madredeus, Trovante, Sérgio Godinho, Carlos do Carmo, GNR, Xutos & Pontapés, Resentidos, Ivan Lins, Rão Kyao, Martinho da Vila, Zizi Possi, Waldemar Bastos, Gabriel o Pensador, James Cotton, Omar Sosa, Dave Murray, Eric Sardinas, John Lee Hooker Jr., Stanley Jordan, Lenine e Ana Moura.
Lusa