“Este é um festival para 1.500 pessoas por dia. Batemos recordes, vendemos todas as entradas. Antes [a adesão] era mais concentrada durante o sábado, agora a programação é mais espalhada durante a semana. Há salas maiores, mais escolha e mais espaço para toda a gente”, adiantou António Pedro Lopes num balanço do festival Tremor que terminou na madrugada deste domingo, na ilha de São Miguel.
António Pedro Lopes destaca – para além da lotação esgotada – o facto de a quinta edição do Tremor “ter corrido bem” em várias outras vertentes decisivas para o sucesso do espetáculo.
“Começou a primavera e veio mesmo à séria em São Miguel, onde normalmente há quatro estações no mesmo dia, mas o sol tem estado connosco sempre e isso é incrível não só para as atividades, como também para as pessoas que visitam a ilha nesta altura. Não houve também cancelamentos de aviões, deve ser a única edição até agora onde não houve qualquer cancelamento de voos que nos obrigue a cancelar um concerto”, destacou o diretor artístico.
Na quinta edição deste festival que se assume, para além da música, como um festival de cultura, a organização destaca a realização do “Tremor na Estufa especial” que levou cerca de 60 pessoas da ilha de São Miguel para a ilha de Santa Maria, também do grupo oriental do arquipélago dos Açores.
“Esse evento foi quase o transbordar do Tremor para os Açores todos, agora que tudo é possível, não tem de haver limites. Foi muito bonito ver as pessoas que foram usufruir dessa experiência e que saíram de lá com uma felicidade”, declarou António Pedro Lopes.
Para a organização, este evento feito na ilha de Santa Maria “é o virar de uma página” e deixa em aberto o que virá a seguir, numa altura em que a próxima edição do festival já começa a ser pensada.
“Há uma grande lista de possibilidades tendo em conta os espaços e as comunidades específicas, a comunidade artística de São Miguel, nós vamo-nos aproximando, vamos auscultando as varias instâncias humanas, arquitetónicas, naturais e em cada edição vamos abrindo novas relações tentando chegar a novos públicos”, disse.
António Pedro Lopes garante que “está de coração cheio” no final de mais uma edição do Festival Tremor e lembra a frase repetida “nas ruas e no meio dos concertos”: “Tremor é amor”.
Nomes internacionais como Boogarins, Mdou Moctar, Mykki Blanco ou The Mauskovic Dance Band, e figuras da música nacional como Três Tristes Tigres, Ermo, Dead Combo ou The Parkinsons foram alguns dos artistas que se deslocaram aos Açores por estes dias para atuações no Tremor, uma coprodução da Lovers & Lollypops, Yuzin e António Pedro Lopes.
Os palcos do Tremor espalharam-se por vários locais na ilha de São Miguel, nomeadamente na Galeria Fonseca Macedo, auditório Luís de Camões, Teatro Micaelense, Arco 8, Coliseu Micaelense e Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas.
Exposições, filmes e conversas estiveram também entre as atividades do certame, que terá no sábado o dia com maior número de atividades e concertos.
Lusa / Foto Carlos Brum Melo 2017