Muitos dos fiéis optam por cumprir a promessa sozinhos, deixando transparecer nos rostos o grande esforço durante o percurso à volta do Campo.
Outros, com terços na mão ou com molhos de círios (velas), fazem o trajeto acompanhados por familiares ou por amigos, que caminham ao seu lado.
Todos os anos, voluntários da Cruz Vermelha Portuguesa ajudam os fiéis no tratamento e limpeza das feridas nos joelhos e também nos pés.
Adriana Reis é uma das pessoas que anualmente recorre ao apoio da Cruz Vermelha depois de cumprir a sua promessa à volta do Campo.
“A primeira vez foi há dois anos, pelo meu marido e este ano a segunda vez pela minha filha que teve um bebé”, confessou à Lusa, visivelmente emocionada, salientando que “a fé no Senhor Santo Cristo supera a dor e as feridas nos joelhos”.
Ainda hoje, os devotos voltam a percorrer o Campo de S. Francisco, desta vez incorporados na procissão da mudança da imagem do Santo Cristo dos Milagres do coro baixo do Convento da Esperança para a igreja anexa.
No cortejo da tarde de hoje, que percorre o Campo de São Francisco, os devotos seguem, com molhos de círios às costas e alguns com crianças, a imagem do Senhor Santo Cristo, pedindo ajuda para situações difíceis.
O ponto alto das Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres é a procissão, que se realiza desde 1700 no quinto domingo depois da Páscoa, num trajeto que percorre as ruas da cidade com a imagem do “Ecce Homo”.