Filha de um açoriano e de uma irlandesa-canadiana, esta “chef” de 29 anos, nascida em Calgary, na província de Alberta, Canadá, foi um dos três concorrentes na final daquela competição culinária do canal televisivo “Food Network Canada”, escolhidos entre 16 “chefs” que foram sendo eliminados ao longo de 12 programas nos últimos quatro meses. Na final, Connie, apesar de ganhar uma das provas, terminou na terceira posição, atrás de Rob Rossi, de Toronto, e Dale MacKay, de Vancouver, o vencedor. Em entrevista à Agência Lusa, a luso-descendente considera “uma honra ter sido selecionada para o Top Chef Canadá e ter sido uma representante das “chef” femininas”. “[A minha participação” foi como uma corrida de 24 horas de adrenalina. Nós “chefs” desejamos essa adrenalina que nos dá energia”, adianta à Lusa. “A melhor parte da presença na competição foi o relacionamento criado entre nós. Espero que esses relacionamentos durem uma vida inteira. A pior parte foi não ter vencido…”, lamenta. Na sua profissão, Connie diz-se inspirada nos sabores e no sentimento “reconfortante” da gastronomia portuguesa. “Cresci com eles. Trazem-me as memórias da minha infância quando a minha avó Maria DeSousa fazia as refeições da família. No meu estilo culinário, tento reproduzir esses sentimentos de conforto [“comfort food”] que me recordam sempre as minhas raízes”, afirma à Lusa. Não é de admirar, por isso, que no cardápio do seu restaurante “Charcut”, um moderno estabelecimento com 140 lugares localizado na zona central da cidade de Calgary – a “casa rústica-urbana de grelhados”, como lhe chama – apresente sabores e pratos em que são reconhecidas as influências portuguesas. Também em sua casa marcam presença obrigatória “o molho de pimentão” a linguiça ou o queijo da ilha de S. Jorge, diz ainda a lusodescendente, que confessa falar apenas “um pouco de português” e que de Portugal só visitou a terra do pai – a ilha açoriana de S. Miguel, Açores. O gosto pela cozinha ganhou-o ainda em criança, por influência do meio familiar, dado que ambos os pais “confecionavam refeições fabulosas todos os dias”. Praticante de “ballet” durante 12 anos, optou em definitivo por uma carreira na culinária nos últimos anos de liceu, após obter o diploma do Le Cordon Bleu de Paris, inscrevendo-se no instituto de culinária de Alberta. A partir de então, a jovem “chef” andou por países europeus e pelos EUA, para participar em competições e ganhar experiência em hotéis e restaurantes de renome, como o “Jean Georges” em Nova Iorque, e em São Francisco foi nomeada para “Chef estrela em ascensão”. O seu pai, Artur José DeSousa, que emigrou para o Canadá há 54 anos, manifestou à Lusa ter “grande orgulho nas proezas conseguidas por Connie no “Top Chef Canadá”, assim como na sua dedicação à arte culinária”. O restaurante Charcut é o mais recente projeto da “chef” luso-descendente e, com a visibilidade ganha no concurso televisivo, Connie não tem agora mãos a medir.
Filha de açoriano finalista no concurso “Top Chef Canadá”
A “chef” luso-descendente Connie DeSousa, finalista no recente concurso “Top Chef Canadá”, diz à Agência Lusa que se inspira nos sabores e no prazer “reconfortante” da cozinha portuguesa.