Final da Taça de Portugal de Trail Run leva 145 atletas à ilha Graciosa

A final da Taça de Portugal em trail run decorre no próximo sábado, na Graciosa, sendo esperados 145 participantes numa ilha “muito esquecida” dos Açores, que apresenta “boas condições” para a prática da modalidade, segundo o organizador.

“Uma ilha periférica, em época baixa muito esquecida, mas que tem uma grande rota, tem trilhos pedestres, apesar de termos feito bastantes alterações, ou seja, tem boas condições”, avança à Lusa Mário Leal, organizador do evento, assinalando que existem 145 participantes inscritos no Azores Windmills Trail Run, que além da final da Taça, é também uma prova aberta.

A prova de 39,8 quilómetros é a primeira “do género” na Graciosa (que tem cerca de quatro mil habitantes), que, “aparentemente”, não teria as condições ideais para a prova, uma vez que se trata da ilha mais plana do arquipélago.

Contudo, segundo o organizador, foi possível realizar um percurso “muito bom”, com cerca de “dois mil metros de subidas e descidas” e passagens por alguns pontos turísticos.

“Os atletas vão descer à caldeira da graciosa por um trilho pedestre, que estava fechado há dezenas de anos, e vão, inclusive, descer à furna do enxofre, onde vai ser a primeira vez que as pessoas vão correr mesmo dentro de uma cavidade vulcânica”, destaca.

Para a competição, procedeu-se à reativação de alguns trilhos pedestres que se encontravam fechados, e o objetivo é que os caminhos continuem abertos após a realização do evento.

“Vou à furna do enxofre, venho a caminhar, sempre em trilhos pedestres, até às termas. É incrível, é impecável. Antes, a única maneira de fazer isso era de táxi ou carro”, aponta.

Mário Leal, do Azores Trail Run, refere que este é “um evento marcadamente de promoção”, que se espera que tenha “repercussão” ao nível do turismo, relevando que “vai ser um momento importante para a ilha”.

“Traz-se a final da Taça para a Graciosa para ela ter uma repercussão. Vai ter algum impacto direto: vídeos, fotografias, entrevistas, todas as redes sociais das pessoas que vêm cá. E ao mesmo tempo impacto momentâneo durante os dias, porque os participantes vão gastar dinheiro”, afirma.

O organizador não descura a parte desportiva, frisando que a “prova tem bastante competitividade”, uma vez que os participantes foram apurados de um grupo de cerca de dois mil atletas que competem ao longo do ano em provas regionais.

Dessas competições, cada região apura 10 homens e 10 mulheres, a que se juntam, para a prova na Graciosa, os 10 primeiros classificados do campeonato nacional.

A final da taça de Portugal será “uma amostra do país todo”, uma vez que participarão atletas de vários pontos do território nacional, o que permite que as “condições da ilha” para o trail run sejam “apreciadas por pessoas de diferentes regiões”.

“É isto que atrai as pessoas [para a modalidade]. A explosão de adrenalina que é esta mistura de fazer atividade física no meio da natureza. Os Açores são incríveis para isso”, conclui.

 

Lusa

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