Flores e Corvo agarradas ao computador uma semana após ligação à fibra ótica

Uma semana após a chegada da fibra ótica, os habitantes das Flores e do Corvo estão “mais agarrados” ao computador e os empresários contam concretizar mais facilmente “bons negócios” com esta melhoria das comunicações.
O presidente do núcleo empresarial das Flores e Corvo, nos Açores, considera que a ligação destas ilhas ao cabo de fibra ótica, há uma semana, além de ter “melhorado substancialmente” as comunicações vai facilitar a concretizações de “bons negócios”.
“Não tenho dúvidas nenhumas de que vão melhorar quer os contactos com outros parceiros, quer a nível das importações. Isso vai ser uma melhoria muito boa para as duas ilhas”, afirmou à Lusa Carlos Silva, que representa 47 empresários das ilhas das Flores e do Corvo.
Há uma semana que as duas ilhas açorianas do grupo ocidental, onde vivem perto de 4.500 pessoas, estão ligadas ao sistema global de cabo de fibra ótica, uma antiga ambição das populações que só agora foi concretizada e que permitiu melhorar a rapidez de acesso à internet.
Carlos Silva, que também é proprietário de um empreendimento turístico nas Flores, reconheceu que “a melhoria foi muito substancial” quer para os empresários quer para as populações das duas ilhas, alegando não haver dúvidas que “agora a velocidade da internet é mesmo rapidíssima”.
“É a tal questão de se ligar ao mundo com a rapidez que se impunha já há muito tempo e que finalmente chegou. Não vale a pena olhar para trás. Está a funcionar em pleno e oxalá agora haja muitos bons negócios por via dessa rapidez da internet”, disse o presidente de núcleo empresarial das Flores e do Corvo.
Carlos Silva garante que anteriormente, devido à lentidão no acesso à internet, houve “negócios retardados”, em virtude da velocidade ser tão baixa que “por vezes havia alguma dificuldade em contactar com os clientes”, mas “não deixamos de fazer negócios”.
Kathy Rita trabalha na única residencial da mais pequena ilha dos Açores, propriedade dos pais, tendo confessado à Lusa que tem sempre os computadores ligados não só por questões laborais, mas também para poder estar ligada ao mundo.
“Já não há quebras nos vídeos, mesmo na rádio on-line. Já não faz pausas que uma pessoa esperava se calhar meia hora, 20 minutos para carregar qualquer coisa de um minuto. Agora está muito melhor”, afirmou Kathy Rita, que nasceu nos Estados Unidos e veio viver para o Corvo aos 13 anos.
A jovem, que revelou ter sido das primeiras pessoas no Corvo a estar ligada à internet quando esta chegou na década de 90, referiu que agora as pessoas utilizam muito mais o ‘skype’ para falar com os familiares emigrados e a internet transformou-se numa rotina diária.
“O pessoal já passava muito tempo em casa à noite. Agora estão mais agarrados aos computadores, sem dúvida. Até a minha mãe está no ‘youtube’ a ver receitas e dicas. Está toda a gente aqui colada aos computadores”, disse Kathy Rita.

 

 

LUSA

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