Futuro das exportaçõe​s está na qualidade e diversidad​e – sec. Estado da Alimentaçã​o

O secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito, defendeu hoje que Portugal deve “privilegiar” a “qualidade” e “diversidade” em detrimento da quantidade para fazer chegar os seus produtos ao mercado externo.
“Todos os países chegam à exportação. Portugal chegou nos anos 500. Agora, com novas tecnologias e metodologias também teremos a obrigação de chegar, criando escala”, defendeu o secretário de Estado após um encontro com a Associação Agrícola de São Miguel (Açores).
Nuno Vieira Brito salvaguarda que Portugal “não é um país de quantidade”, o que constitui um “ponto forte” no processo de exportação.
“Temos uma coisa que os outros países não têm, que é a qualidade e diversidade, sendo nestes segmentos que nós temos de apostar em mercados que, por um lado, sejam mais próximos, ou, por outro lado, que valorizem essa qualidade. É essa a estratégia que deve ser acompanhada seja pelos Açores, seja por Portugal no seu âmbito mais global”, defendeu.
Questionado sobre como é que o país vai responder aos desafios colocados pelos países do Mercosul, Nuno Vieira Brito referiu que não se pode estar “simultaneamente a abrir mercados” e ao mesmo tempo “querer proteger o nosso”.
“Estamos num mercado global e necessariamente temos de ter uma estratégia que seja comum, de abertura de mercados, mas também que tenha em conta o impacto que ele tem”, frisou.
Nuno Vieira Brito recorda que no contexto nacional, no que à carne de bovino respeita, o país é “autossuficiente” em 57 por cento.
“Temos um espaço enorme de crescimento que, no caso específico dos Açores ou na perspetiva da raça de animais que nós possuímos, revela melhor adaptação e melhores condições de produção, sendo aqui que nós temos de apostar, designadamente num produto nacional de qualidade, competitividade e eficiência”, declarou.
Nuno Vieira Brito defende ainda, nesse contexto, um reforço ao nível do consumidor do conceito de portugalidade, que através das campanhas que têm vindo a ser desenvolvidas têm “estimulado profundamente” a sensibilidade para o consumo do produto nacional.
“Iremos ter alguns impactos com o Mercosul mas a produção nacional vai responder positivamente, sendo que hoje já temos a importação de carne bovina argentina em qualquer hipermercado. Já sofremos com essa abertura e não estou pessimista. Vamos também, cada vez mais exportar a nossa carne”, defendeu.
O presidente da Associação Agrícola de São Miguel, Jorge Rita, considerou a reunião com o secretário de Estado de “muito “importante” porque vem “dar notoriedade” ao que se produz nos Açores, tendo sido “aberto caminhos” que podem vir a revelar-se “cruciais”.
“Sabemos que não temos produções em quantidade mas temos em qualidade e o objetivo é canalizar para mercados de excelência toda a nossa produção. O mercado nacional para a exportação também pode dar-nos essa abertura de introdução de mais produtos nossos no mercado continental, que é o mercado de fidelização, através da marca Açores”, declarou.

 

Lusa

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