A exploração da Água das Lombadas está parada desde 1988 devido a uma derrocada que destruiu a unidade de engarrafamento, pretendendo agora o executivo regional retomar esta actividade para aproveitar o enorme caudal disponível.
“Temos indícios de que há agentes económicos da região e do exterior interessados em explorar esta água, que tem boas características para consumo e possui um caudal enorme, com capacidade para exportação”, afirmou Arnaldo Machado, diretor regional do Apoio ao Investimento e à Competitividade, em declarações à Lusa.
Na altura em que a exploração desta água mineral carbo-gasosa foi suspensa, em 1998, a fonte tinha um caudal de 60 a 80 metros cúbicos por hora, o que permitia encher cerca de 2.500 garrafas.
As propostas para este concurso podem ser entregues nos próximos 60 dias, estimando o executivo açoriano que o vencedor possa ser conhecido durante o mês de abril.
O júri do concurso vai analisar as propostas tendo em conta três critérios, o mais importante dos quais é a qualidade do projeto, nomeadamente a recuperação da nascente, o prazo de construção da unidade de engarrafamento e o prazo para o início da exploração.
O segundo critério está relacionado com o impacto social do projeto, que inclui o plano comercial e os postos de trabalho que serão criados, enquanto o terceiro se refere à comparticipação que a empresa concessionária pretende entregar à Região pela exploração deste recurso natural.
“Esta água tem grandes potencialidades e a sua exploração pode ajudar a diversificar a actividade económica no arquipélago”, frisou Arnaldo Machado.
A ‘Água das Lombadas’ começou a ser explorada comercialmente em finais do século XIX e chegou a ser exportada para o continente português, mas também para o Brasil e para África.
A última concessão vigorou entre 1996 e 2007, mas uma derrocada de terras ocorrida em 1998 originou a paragem da exploração comercial, que estava a ser feita pela empresa Meyrelles, associada à Vidago, do empresário Sousa Cintra.
Mais recentemente, foi equacionada uma tentativa de exploração pela empresa açoriana Melo Abreu e pela UNICER, mas a parceria acabou por não se concretizar, o que inviabilizou a construção da nova unidade industrial para engarrafamento de uma água que já foi considerada das melhores águas de mesa do país.