O presidente do Governo dos Açores insistiu hoje que está disponível para apoiar o redimensionamento da cooperativa de laticínios Lactopico, mas não para pagar “dívidas antigas”.
Falando durante uma reunião, realizada nas Lajes do Pico, entre os membros do executivo açoriano e o Conselho de Ilha, no âmbito de uma visita estatutária de dois dias que o Governo está a realizar à ilha, Vasco Cordeiro voltou a recusar atribuir subsídios à cooperativa.
“O Governo continua a dizer que não passa cheques em branco para pagar dívidas antigas”, sublinhou o chefe do executivo, garantindo, porém, que está disposto a apoiar o “redimensionamento da fábrica” e eventuais investimentos em novos equipamentos, que permitam “assegurar a sustentabilidade” da Lactopico.
O tema tinha sido levantado pelo presidente do Conselho de Ilha, Luís Filipe Silva, que manifestou a preocupação dos conselheiros perante as graves dificuldades financeiras que a cooperativa atravessa, e que podem colocar em causa o futuro de cerca de uma centena de agricultores.
Outra das preocupações do Conselho de Ilha era a suspensão das deslocações ao Pico de médicos especialistas, que, alegadamente, estariam a dificultar o acesso dos habitantes aos cuidados de saúde.
Luís Cabral, secretário regional da Saúde, esclareceu, no entanto, que as deslocações de médicos especialistas às ilhas sem hospital, como é o caso do Pico, “nunca foram suspensas”.
Luís Cabral adiantou que durante este mês estão previstas várias consultas na ilha de especialidades em áreas como cirurgia vascular, gastro, fisioterapia, psiquiatria, otorrinolaringologia e obstetrícia, entre outras.
O Conselho de Ilha voltou a reivindicar a realização, durante todo o ano, de dois voos semanais entre o Pico e Lisboa, pretensão que o secretário regional dos Transportes, Vitor Fraga, disse também partilhar, mas que, lembrou, está dependente da aceitação, por parte do Governo da República, das novas obrigações do serviço público nas ligações aéreas entre o continente e as ilhas.
Confrontado pelos jornalistas com o início, previsto para quinta-feira, de um novo período de greve por parte dos trabalhadores da companhia aérea Sata, Vasco Cordeiro escusou-se a fazer comentários, afirmando apenas que, sobre essa matéria, é a administração da transportadora que tem instruções para negociar.
Lusa