Governo acusa executivo português de “perseguição política” aos habitantes das Flores e Corvo

O Governo dos Açores criticou o Governo da República pelo atraso que se verifica na extensão do cabo de fibra ótica às Flores e Corvo, considerando que

“Infelizmente, devo dizer que este Governo da República parece estar a fazer uma perseguição política aos açorianos das Flores e do Corvo”, afirmou José Contente, secretário regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos, em declarações à Lusa.

Para José Contente, “não há nenhuma justificação, nem o Governo da República dá alguma justificação ao governo legítimo dos Açores para este adiamento inexplicável e sem sentido”.

“Só o entendemos como perseguição política aos açorianos das Flores e do Corvo”, reafirmou José Contente.

Os atrasos na obra de extensão do cabo de fibra ótica às duas ilhas do Grupo Ocidental vai ser uma das questões dominantes nas reuniões que o executivo regional vai ter com os dois conselhos da ilha na próxima semana, durante a visita estatutária que o Governo dos Açores realiza às Flores e ao Corvo.

José Contente revelou à Lusa que o Governo dos Açores “continua com a informação que recebeu” quando se encontrou com o ministro da Economia e com o secretário de Estado das Comunicações, ou seja, que as obras do cabo de fibra ótica arrancariam em simultâneo com a empreitada das redes de nova geração no centro do país.

“Isto foi antes do visto do Tribunal de Contas, porque, depois de ter sido dado o visto, não temos nenhuma duvida de que há uma perseguição política aos florentinos e corvinos porque o silêncio do governo só quer dizer isso”, frisou.

O secretário regional criticou também a PT, no que se refere à atividade nas ilhas do Grupo Ocidental, considerando que naquelas ilhas a empresa “não reflete nenhuma idoneidade”, estendendo ainda as críticas à ANACON, que considerou ser “uma entidade inútil nos Açores, nomeadamente na fiscalização das condições da Internet que é disponibilizada nas Flores e no Corvo”.

Para José Contente, a velocidade a que é disponibilizada a Internet nas duas ilhas não corresponde ao produto que é vendido.

A extensão do cabo de fibra ótica foi adjudicada a 18 de maio de 2011 e já obteve o visto prévio do Tribunal de Contas, mas desconhece-se ainda a sua calendarização.

No início de janeiro, José Contente enviou uma carta ao ministro da Economia em que pedia a Álvaro Santos Pereira que revelasse as razões que impediam o início das obras de extensão do cabo de fibra ótica às ilhas das Flores e do Corvo.

Posteriormente, em meados de fevereiro, a Assembleia Legislativa dos Açores decidiu enviar um ofício ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e à Portugal Telecom (PT) para pressionar o arranque das obras do cabo de fibra ótica.

Os deputados açorianos consideram que a extensão do cabo de fibra ótica às Flores e ao Corvo é uma matéria de “interesse nacional”, uma vez que são as duas únicas ilhas do arquipélago que ainda não estão ligadas a este cabo.

O Grupo Ocidental dos Açores, além de ser o mais distante, é “duplamente penalizado” por ter telecomunicações mais fracas que o restante arquipélago, problema que é notório, sobretudo, no acesso à Internet, considerado “lento e de má qualidade”.

 

Lusa

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