A fibra ótica vai chegar às ilhas das Flores e do Corvo até final do ano, assegurou hoje o secretário regional do Transporte e Turismo dos Açores, Vítor Fraga, que tem a tutela das comunicações no executivo.
A garantia foi dada durante uma reunião do Governo Regional dos Açores com o Conselho de Ilha das Flores, em Santa Cruz das Flores.
Num memorando para preparar esta reunião enviado ao executivo açoriano, o Conselho de Ilha das Flores quis saber qual o “ponto de situação do processo para a extensão do anel de cabo de fibra ótica ao Grupo Ocidental e, consequentemente, com esta extensão, saber o que está previsto relativamente às denominadas Redes de Nova Geração e à melhoria das redes de comunicações móveis”.
A extensão do cabo de fibra ótica às Flores e ao Corvo ficará assim concretizada mais de uma década depois de ter sido referida pela primeira vez pelo executivo açoriano, em 1998, e de o projeto ter sido adjudicado, pelo Governo da República, em 2010.
Em 2011, foi assinado o contrato de instalação das redes de nova geração e do cabo de fibra ótica de ligação das ilhas do Corvo e das Flores a todo o arquipélago dos Açores e ao continente.
Após sucessivos atrasos, as obras arrancaram em julho do ano passado, com a previsão de o projeto estar concluído em agosto deste ano.
O projeto acabou por ser cofinanciando em 85% por fundos comunitários da região, segundo o anúncio do então e atual vice-presidente do Governo Regional, Sérgio Ávila.
Sérgio Ávila sublinhou, em maio do ano passado, que “o Governo dos Açores afeta recursos próprios, substituindo-se ao Governo da República, com um financiamento que permitirá uma comparticipação de 85% da região na obra de extensão do cabo de fibra ótica às Flores e ao Corvo”.
Na reunião de hoje em Santa Cruz das Flores, o Conselho de Ilha questionou também o executivo por causa do alegado incumprimento dos serviços mínimos durante as recentes greves na SATA.
Segundo o presidente do Conselho de Ilha, Paulo Reis, que falou no final aos jornalistas, houve apenas um voo para as Flores entre 01 e 06 de maio, num dos dias por causa do mau tempo e nos restantes devido à greve.
“Numa semana, ficámos apenas com um voo. Numa ilha que já é muito afetada pelas condições físicas adversas devido à localização e orientação do seu aeroporto, não é aceitável que por estas condições anómalas também sejamos duplamente prejudicados”, afirmou.
Na reunião, Vítor Fraga explicou que durante a greve o Governo Regional estabeleceu como critério fazer voos que levassem o maior número de passageiros possível e ir a todas as ilhas pelo menos uma vez nos períodos de paralisação.
O secretário regional dos Transportes defendeu que ir a todas as ilhas uma vez por dia, como definiu o Tribunal Arbitral, diminuía o número de passageiros que poderiam ser transportados, além de não se enquadrar no tipo de voos que faz a SATA.
O Conselho de Ilha queixou-se ainda de que os residentes nas Flores dificilmente têm acesso às tarifas promocionais da SATA para saírem do arquipélago, mas Vítor Fraga assegurou que são disponibilizadas em simultâneo para todos os açorianos.
Os conselhos de ilha são órgãos consultivos que integram os presidentes das câmaras e das assembleias municipais, deputados das assembleias municipais e representantes de associações e movimentos sindicais, empresariais e agrícolas de cada ilha dos Açores.
O Governo dos Açores iniciou hoje uma visita às Flores, cumprindo o Estatuto Político-Administrativo da região, que obriga o executivo a ir a todas as ilhas, pelo menos, uma vez por ano e a reunir-se em conselho durante a estadia.
Lusa
