Governo considera “sem fundamento” dúvidas do BE

O Governo Regional dos Açores considerou esta segunda-feira sem “qualquer fundamento” as dúvidas levantadas pelo Bloco de Esquerda sobre a aquisição pelo executivo de 51 por cento do capital da açucareira Sinaga.
“O governo adquiriu por 800 mil euros uma participação de 51 por cento numa empresa cujo valor patrimonial líquido é de 4,5 milhões de euros, ou seja, adquiriu por 800 mil euros uma participação avaliada em 2,295 milhões de euros”, refere uma nota da vice-presidência do executivo açoriano.

A Sinaga é a única fábrica de açúcar de beterraba a funcionar em Portugal, tendo o governo regional decidido intervir na empresa devido ao seu papel na redução das importações e no incremento das exportações da região.

A defesa dos 120 postos de trabalho da Sinaga e o facto da cultura da beterraba ser uma alternativa “credível” à monocultura das pastagens também justificou esta intervenção, caracterizada pelo executivo como sendo de carácter excepcional.

A nota surgiu depois do BE ter questionado o pagamento de 800 mil euros, alegando que o governo assumiu o passivo da empresa.

O executivo recordou que a avaliação da açucareira atribuiu um valor patrimonial de 13,21 milhões de euros, a que foi subtraído o passivo da empresa, no valor de 8,71 milhões de euros.

Este passivo é constituído por 6,7 milhões de euros relativos à dívida financeira, dois milhões de dívidas a terceiros, incluindo fundo de pensões, e 10 mil euros de necessidades de fundo de maneio.

Assim, o valor patrimonial líquido foi fixado em 4,5 milhões de euros, concluindo o executivo que “o valor da aquisição da Sinaga é inferior ao valor patrimonial da empresa”, pelo que não têm fundamento as dúvidas suscitadas pelo BE.

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