Governo propõe restrição à pesca nos bancos submarinos Mar da Prata e Princesa Alice

O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia apresentou, na Horta, uma proposta de restrição temporária à pesca em determinadas áreas dos bancos submarinos Mar da Prata, ao largo de São Miguel, e Princesa Alice, ao largo do Faial.

Gui Menezes, que falava terça-feira aos jornalistas à margem do Conselho Regional das Pescas, referiu que a proposta de restrição apresentada aos conselheiros se deve “ao estado de menor abundância de algumas espécies nesses bancos”, bem como “à necessidade de conciliar vários usos”.

O Secretário Regional salientou que, no caso do banco Mar da Prata, “há dados científicos sobre abundâncias de algumas espécies muito baixas”, como o boca negra e o goraz, frisando que “não se trata de proibir completamente a pesca” naqueles locais.

“Trata-se de fechar parcialmente uma determinada zona para permitir que as espécies se desenvolvam e depois saiam para o resto do monte submarino, o que traz benefícios aos próprios pescadores”, afirmou.

Gui Menezes disse ainda que o banco submarino Mar da Prata é “pouco utilizado” atualmente pelos pescadores, acrescentando que a Direção Regional das Pescas reuniu com associações do setor da ilha de São Miguel, que “concordaram com a medida”.

Questionado pelos jornalistas, o Secretário Regional assegurou que a Região dispõe de “mecanismos que permitem fazer a monitorização” daqueles bancos submarinos, como é o caso de radares, acrescentando que se revelaram “eficazes” no banco submarino Condor.

Gui Menezes apontou a experiência de restrição à pesca no banco Condor como um “bom exemplo”, na medida em que “num período relativamente curto, de três ou quatro anos, foi possível registar o aumento significativo da abundância de algumas espécies, como o goraz, o que poderá acontecer também nos bancos Princesa Alice e Mar da Prata”.

O governante defendeu que esta medida, “a médio prazo, trará benefícios para a pesca”, adiantando que, paralelamente, apresenta também “benefícios para a preservação e conservação dos recursos, beneficiando outras atividades, como o mergulho, que também têm importância económica”.

Estas propostas assentam no conhecimento científico produzido sobre os locais e numa avaliação da viabilidade de implementação destas medidas com impactos positivos expectáveis para o rendimento futuro dos pescadores e para a sustentabilidade dos recursos.

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