Governo da Madeira promete defender interesses de trabalhadores da SATA no Funchal

A secretária da Cultura, Turismo e Transportes da Madeira afirmou que o executivo regional vai insistir junto das entidades governamentais açorianas para salvaguardar a situação dos trabalhadores caso encerre a base operacional da SATA no Funchal.
 

A situação foi analisada hoje num encontro entre Conceição Estudante e representantes do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), tendo a governante madeirense assegurado que o Governo Regional “não tem ainda formalmente, nem a nível do aeroporto, conhecimento desta decisão da SATA” de encerrar da base operacional no Funchal.

“Vamos manifestar o nosso desentendimento e desagrado pela postura da SATA relativamente a esta situação”, afirmou a responsável, ressalvando que há matérias em que o Governo Regional “não tem legitimidade para interferir”.

Conceição Estudante assegurou que o Governo da Madeira “vai acompanhar a situação dos trabalhadores e insistir junto das entidades governamentais açorianas e administração da TAP para que, seja qual for a decisão que venham a tomar no âmbito das suas decisões legítimas, nas quais o Governo Regional não pode nem deve interferir, embora discorde, procurar garantir para que as situações pessoais sejam acauteladas da melhor forma”.

A governante referiu ter conhecimento apenas do “desinteresse” manifestado pelo governo açoriano relativamente à linha do Porto Santo.

“Não compreendemos muitas das opções porque do ponto de vista comercial achamos que havia muitas possibilidades e muitos desenvolvimentos para sustentar a operação do Porto Santo”, argumentou.

A secretária regional disse que a maior preocupação do executivo madeirense é a situação das pessoas que trabalham para a SATA na Madeira, ”porque comercialmente o mercado reage e resolve as coisas”.

Por seu turno, a vice-presidente do SNPVAC, Rosário Furtado Leite, referiu que na base da SATA no Funchal trabalham 14 tripulantes de cabine, que têm entre 15 e 18 anos de serviço, sendo incompreensível a decisão da operadora de fechar o serviço na Madeira.

“Não vemos do ponto de vista objetivo ou comercial a razão para que isto aconteça. Portanto, parece ser uma medida desfasada da realidade, arbitrária, não se percebe porque é tomada e estamos preocupados com as pessoas caso isso venha a acontecer”, sustentou a sindicalista.

Rosário Furtado Leite apontou que “todos dizem que é viável e sustentável” manter o serviço, pelo que a companhia aérea tem de “dizer o porquê, clarificar a situação, havendo pontos muito ténues”.

O Grupo SATA rejeitou o convite do Governo para prorrogar o contrato de concessão da linha aérea entre as ilhas da Madeira e Porto Santo por considerar que o valor da indemnização compensatória é “manifestamente insuficiente”.

A SATA deixou de operar nesta linha na Madeira a 31 de dezembro e foi substituída por um período de cinco meses pela Aerovip (entre janeiro e maio deste ano), estando a decorrer o concurso público internacional para a concessão desta ligação.

 

Lusa

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