“Aquilo que o Governo da República se propõe fazer, nós já fazemos”, afirmou, acrescentando que o executivo liderado por Passos Coelho “solicitou mais informação” aos Açores sobre “algumas das medidas”, alegadamente para aplicar no território nacional.
O vice-presidente do executivo regional admitiu que o desemprego é uma “situação grave” nos Açores, mas recusou a ideia de que se trate de uma “fatalidade” e de que a solução passe por “emigrar”.
Para Sérgio Ávila, o problema do desemprego nos Açores deve-se à redução do financiamento da banca, que afetou especialmente o setor da construção civil, responsável por cerca de 50 por cento dos novos desempregados.
No debate parlamentar sobre o desemprego que ocupou os deputados regionais toda a manhã , os partidos da oposição manifestaram dúvidas sobre o sucesso das medidas governamentais recentemente propostas.
António Marinho, do PSD, recordou que existem mais de 18 mil desempregados nos Açores, defendendo que a solução é “mudar de governo” nas eleições regionais de outubro, enquanto Artur Lima, do CDS-PP, apesar de reconhecer que o desemprego é um problema em toda a Europa, frisou que foi “uma década de políticas” dos governos socialistas que fez com que o desemprego aumentasse “700 por cento nos Açores”.
Por seu lado, Aníbal Pires, do PCP, defendeu que “não basta chutar as responsabilidades para o monstro de costas largas da crise internacional”, considerando que os números do desemprego demonstram o “inegável falhanço absoluto das políticas de coesão” regionais, enquanto Zuraida Soares, do BE, frisou que a solução para o desemprego passa por “dizer não” às políticas da ‘troika’, salientando que foram essas políticas que originaram a crise.
Paulo Estêvão, do PPM, levantou a questão do desemprego numa tentativa de encontrar soluções para o problema, em vez de apontar o dedo aos culpados, mas o debate seguiu outro rumo, com a maioria da oposição a responsabilizar o governo.
A defesa do executivo veio da bancada parlamentar socialista, tendo José Rego manifestado confiança de que as medidas anunciadas vão permitir “vencer a luta contra o desemprego” até ao final do ano, colocando “mais pessoas e mais jovens no mercado de trabalho”.