Governo da República interessado em medidas de combate ao desemprego da Região

O Governo da República manifestou interesse em algumas das medidas anunciadas pelo Governo dos Açores para combater o desemprego, revelou hoje Sérgio Ávila, vice-presidente do executivo regional, numa intervenção na Assembleia Legislativa.
Sérgio Ávila, que falava durante um debate de urgência sobre desemprego promovido pelo PPM, recordou que o Governo dos Açores anunciou recentemente o Programa para a Promoção do Emprego e Competitividade, um pacote de 24 medidas para combater o aumento do desemprego na região, que terá despertado o interesse do executivo português.

“Aquilo que o Governo da República se propõe fazer, nós já fazemos”, afirmou, acrescentando que o executivo liderado por Passos Coelho “solicitou mais informação” aos Açores sobre “algumas das medidas”, alegadamente para aplicar no território nacional.

O vice-presidente do executivo regional admitiu que o desemprego é uma “situação grave” nos Açores, mas recusou a ideia de que se trate de uma “fatalidade” e de que a solução passe por “emigrar”.

Para Sérgio Ávila, o problema do desemprego nos Açores deve-se à redução do financiamento da banca, que afetou especialmente o setor da construção civil, responsável por cerca de 50 por cento dos novos desempregados.

No debate parlamentar sobre o desemprego que ocupou os deputados regionais toda a manhã , os partidos da oposição manifestaram dúvidas sobre o sucesso das medidas governamentais recentemente propostas.

António Marinho, do PSD, recordou que existem mais de 18 mil desempregados nos Açores, defendendo que a solução é “mudar de governo” nas eleições regionais de outubro, enquanto Artur Lima, do CDS-PP, apesar de reconhecer que o desemprego é um problema em toda a Europa, frisou que foi “uma década de políticas” dos governos socialistas que fez com que o desemprego aumentasse “700 por cento nos Açores”.

Por seu lado, Aníbal Pires, do PCP, defendeu que “não basta chutar as responsabilidades para o monstro de costas largas da crise internacional”, considerando que os números do desemprego demonstram o “inegável falhanço absoluto das políticas de coesão” regionais, enquanto Zuraida Soares, do BE, frisou que a solução para o desemprego passa por “dizer não” às políticas da ‘troika’, salientando que foram essas políticas que originaram a crise.

Paulo Estêvão, do PPM, levantou a questão do desemprego numa tentativa de encontrar soluções para o problema, em vez de apontar o dedo aos culpados, mas o debate seguiu outro rumo, com a maioria da oposição a responsabilizar o governo.

A defesa do executivo veio da bancada parlamentar socialista, tendo José Rego manifestado confiança de que as medidas anunciadas vão permitir “vencer a luta contra o desemprego” até ao final do ano, colocando “mais pessoas e mais jovens no mercado de trabalho”.

 
 
Lusa
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