Governo de Luanda quer atrair empresas portuguesas em dificuldades

O Governo de Angola quer atrair empresas portuguesas que enfrentam dificuldades graves de tesouraria devido à crise, mas que ainda têm potencial tecnológico, e apostar num mecanismo de migração seletiva, anunciou hoje o ministro angolano da Economia.

Abraão Gourgel, que falava numa conferência de imprensa conjunta com o ministro português da Economia e Emprego, Álvaro Santos Pereira, referiu ainda a aposta do governo angolano ao nível da desburocratização dos processos de instalação de empresas e “trasladação de ativos de empresas que em Portugal já não possam funcionar em pleno”.

O governante disse que o Ministério que dirige quer, “numa discussão aberta com o serviço de imigração, encontrar um mecanismo de migração seletiva” de empreendedores, detentores de tecnologia e conhecimento e também de capital. O objetivo é apostar nos setores prioritários para Angola, nomeadamente agricultura, pecuária e pescas, mas também nos materiais de construção, serviços de apoio ao setor industrial, bem como aos setores da indústria transformadora e mineira.

“Queremos partir rapidamente para ações de curto e médio prazo”, disse, afirmando que “a integração é parte da agenda da parceria estratégica” entre Portugal e Angola.

Quanto ao processo de desburocratização, exemplificou com a recente criação de um guichet único para a criação de empresas. “Queremos guichet únicos ao nível municipal e que eles sejam um ‘fast track'”, disse.

Questionado sobre as dificuldades impostas pela nova lei do investimento privado, que exige um limite mínimo de um milhão de dólares para empresas que queiram investir em Angola, o ministro recordou tratar-se de um montante “muito pouco intensivo em capital e com impacto mais ou menos pequeno”.

Acrescentou que, se uma empresa portuguesa que queira deslocalizar-se tiver ativos de 500 mil dólares, pode entrar com esse valor e o parceiro angolano completará com o restante investimento em recursos financeiros.

Além disso, recordou, o parceiro angolano terá acesso a financiamentos e a empresa também, desde que a posição angolana seja maioritária.

Na mesma conferência de imprensa, Álvaro Santos Pereira reafirmou a intenção, dos governos de Portugal e Angola, de liderar um processo de integração económica da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), considerando que, embora a história e a cultura comuns sejam o que une os oito membros, a economia é o que os “fará ir para a frente”.

Recordou que já foi criado um grupo de trabalho para identificar as áreas em que se poderá avançar e exemplificou, como propostas concretas, a criação de estágios para executivos portugueses e angolanos noutros países da CPLP.

O objetivo, insistiu, é “dar músculo económico” à CPLP.

 

Lusa

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