O responsável, que falava aos jornalistas depois de ter sido ouvido sobre esta questão na Comissão Parlamentar de Política Geral, frisou que a situação “é totalmente da responsabilidade do mau Governo da República”.
“O Governo Regional tem mantido a pressão que lhe cabe na defesa intransigente dos interesses dos Açores”, frisou, acrescentando que “o Governo da República tem e deve explicar-se rapidamente”.
Sobre esta situação, que se traduz num serviço limitado de acesso à Internet nas duas ilhas do Grupo Ocidental, José Contente denunciou também a “situação de incumprimento” da PT, alegando que “vende um determinado serviço, com uma determinada velocidade, por um determinado preço e depois isso não acontece”.
“A Anacom [Autoridade Nacional de Comunicações] deveria atuar porque é a entidade com autoridade para o fazer”, afirmou.
No início deste ano, José Contente afirmou à Lusa que os trabalhos para a extensão do cabo de fibra ótica às ilhas das Flores e do Corvo, as únicas do arquipélago dos Açores que ainda não estão ligadas, deveriam começar até março.
Na altura, o secretário regional recordou que “a obra tem financiamento garantido e já obteve o visto do Tribunal de Contas”, pelo que o executivo açoriano contava com o seu início em breve.
O contrato para a instalação do cabo de fibra foi assinado a 18 de março de 2011, numa cerimónia realizada na ilha das Flores, a que assistiu o então ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, António Mendonça.
Para o executivo açoriano, a ligação da fibra ótica às Flores e ao Corvo é “fundamental para garantir a coesão territorial e permitir o acesso de todos os açorianos em condições de igualdade à sociedade da informação e do conhecimento”.
Os dados disponíveis indicam que mais de 60% das famílias açorianas possuem computador, mais de 50% usam a Internet e cerca de metade das famílias da região possuem acesso a banda larga.