PSD acusa Governo de desvalorizar cancelamento de cirurgias em Ponta Delgada

O deputado e porta-voz do PSD/Açores para a Saúde, Luís Maurício, alertou para a “manifesta incapacidade” de o Governo regional assegurar o serviço de Cuidados Continuados na Região, “como demonstra o recente cancelamento de cirurgias programas no Hospital do Divino Espírito Santo”, em Ponta Delgada.

Segundo Luís Maurício, a justificação do secretário regional da Saúde para o cancelamento das cirurgias — Rui Luís afirmou que o aumento do número de internamentos em Ponta Delgada não ficou a dever-se apenas aos casos de gripe porque ‘o pico da gripe nunca chegou a acontecer como esperávamos’ — “dá bem nota da falta de planeamento na gestão dos recursos hospitalares” por parte de um executivo que revela “dificuldade em admitir essa incapacidade”.

“Das duas umas: ou o senhor secretário regional fez uma boa avaliação da situação e as camas disponíveis dão para as respostas e, assim, não haveria necessidade de cancelar cirurgias programadas, existindo até camas vazias, ou, por outro lado, estava-se à espera de uma ainda maior afluência e, nesse quadro, teria que se abrir hospitais de campanha”, explica o parlamentar.

Luís Maurício salienta que a incapacidade do Governo ao nível das respostas sociais e da Rede Regional de Cuidados Continuados Integrados assumem uma “dimensão preocupante e inexplicavelmente desvalorizada pela tutela”.

A sustentar essa afirmação está o facto de o secretário regional da Saúde ter afirmado ainda que “apenas 14 pessoas no Hospital de Ponta Delgada ocupam camas sem vaga em lares e unidades de Cuidados Continuados” quando, sublinha o deputado, o que está em causa, para além do número de utentes, é o tempo que esses utentes estão no hospital, alguns há mais de um ano.

“Cada cama, em média, daria para, em cada semana, receber dois doentes operados. Quanta cirurgias programadas seriam realizadas, se esses doentes estivessem em lares ou unidades de Cuidados Continuados?”, questiona.

O deputado e porta-voz do PSD/Açores para a Saúde reitera, por isso, que o entendimento do partido é de que se houvesse investimento adequado em lares de idosos e na Rede de Cuidados Continuados, não haveria necessidade de cancelar cirurgias programadas para doentes que esperam há demasiado tempo pela sua vez.

Atualmente, 20 utentes da Rede de Cuidados Continuados aguardam, em São Miguel, por uma vaga em lar de idosos.

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