“Apesar da atual proliferação de microrganismos, no inverno e na primavera passados, a lagoa já apresentou resultados demonstrativos da melhoria da qualidade da água, com valores mais baixos de fosfatos e nitratos, resultado das intervenções que têm sido realizadas nos terrenos da bacia hidrográfica”, refere a Secretaria Regional do Ambiente.
Nesse sentido, recorda que a principal causa da atual situação da lagoa, que já originou a convocação de uma ação de protesto para 11 de setembro, é a presença de grandes quantidades de nutrientes acumulados nos sedimentos, conjugada com temperaturas elevadas, baixa precipitação e pouco vento.
“Estas condições levaram à proliferação de um organismo de coloração amarelada, mas tal não corresponde a qualquer alteração substancial na situação da lagoa, sendo o efeito apenas de natureza estética”, refere uma nota da Secretaria Regional do Ambiente.
A situação da Lagoa das Furnas, um dos ex-libris de S. Miguel, vai ser explicada hoje à tarde pelo secretário regional do Ambiente, Álamo Meneses, numa visita ao local acompanhado por técnicos envolvidos nas iniciativas que têm vindo a ser realizadas naquela zona.
O problema da Lagoa das Furnas tem origem na acumulação de nutrientes gerada pela utilização intensiva de adubos e fertilizantes nos terrenos envolventes, sendo a sua recuperação um “processo lento”, que “levará muitos anos”.
Para esse objetivo, já foi alterado o uso do solo em mais de 50 por cento das áreas de pastagem na zona envolvente, de onde foram removidas cerca de 500 cabeças de gado.
Por outro lado, o executivo regional adquiriu 265 hectares de terrenos e eliminou fertilizantes em 220 hectares de pastagens, estando a decorrer um plano de florestação que permitirá a reconversão do uso do solo em 130 hectares de área agrícola.
Para reduzir a afluência de sedimentos à lagoa, entre outras medidas, foram construídas 10 bacias de retenção nos leitos das ribeiras.
Com o objetivo de acelerar o processo de remoção de nutrientes do interior da bacia hidrográfica, nos últimos três anos foram retiradas para o exterior 3.600 toneladas de erva.
A recuperação da Lagoa das Furnas também envolve a remoção de várias toneladas por ano de algas que se encontram nas margens, assim como o funcionamento de um arejador que ajuda a ultrapassar as dificuldades causadas pela época de maior calor.
Uma avaria neste aparelho, cuja reparação está dependente da chegada de peças do estrangeiro, foi inicialmente apontada pelo diretor regional do Ambiente como causa para o agravamento da situação na lagoa, mas a secretaria regional indica que o seu funcionamento é de “mera minimização” da situação.