Governo desvaloriza conclusões de inquérito sobre Atlântida

vasco-cordeiroO Governo Regional dos Açores desvalorizou esta quinta-feira as recomendações do relatório sobre a construção do navio Atlântida, frisando que elas não se dirigem a nenhuma entidade regional, mas apenas organismos que dependem da administração central.
“O Ministério da Defesa não dá recomendações à Atlânticoline, nem ao Governo dos Açores”, afirmou Vasco Cordeiro, secretário regional da Economia, em declarações aos jornalistas em Ponta Delgada.

Numa reacção às conclusões do relatório da inspecção encomendada pelo Ministério da Defesa para averiguar o processo de construção do navio Atlântida, Vasco Cordeiro recordou que “o objecto do inquérito não foi a actuação da Atlânticoline, mas dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo”.

“O que está em causa são recomendações ao Governo da República e a entidades dele dependentes”, frisou.

Nesse sentido, Vasco Cordeiro escusou-se a comentar as conclusões do relatório que apontam para “responsabilidades partilhadas” pelas duas partes neste processo, que culminou com a rejeição pelo governo açoriano do navio Atlântida, por não cumprir algumas das especificações exigidas no contrato, nomeadamente ao nível da velocidade.

Da mesma forma, também se escusou a comentar a recomendação do inquérito para que as duas partes tentem alcançar um acordo extra-judicial, que permita salvaguardar o interesse público neste processo.

“A questão não é reconhecer a legitimidade a este inquérito. Temos é que perceber que as conclusões são dirigidas a órgãos da administração central, não são dirigidas a órgãos da administração regional, porque nunca foi esse o seu objecto”, frisou.

Vasco Cordeiro revelou, no entanto, que estão em curso “há bastante tempo” conversações entre a Atlânticoline e os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, tendo em vista encontrar uma solução para o diferendo entre as duas entidades.

O governo regional pretende que lhe sejam devolvidas as verbas já pagas pela construção do navio que rejeitou, enquanto os estaleiros interpuseram uma providência cautelar para evitar a devolução desse montante.

Lusa

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