O Governo dos Açores defende que “é possível” reduzir as tarifas aéreas entre o arquipélago e o continente, salientando aguardar desde meados de Agosto que o Ministério da Economia indique um interlocutor para iniciar o processo de negociações.
“É possível reduzir o tarifário sem aumentar as despesas do Governo da República com as compensações das obrigações de serviço público”, afirmou o secretário regional da Economia, Vasco Cordeiro, numa intervenção no plenário da Assembleia Legislativa dos Açores durante a discussão do Plano e Orçamento para 2012.
Vasco Cordeiro recordou que o executivo açoriano manifestou a intenção de rever as obrigações de serviço público de transporte aéreo em meados de Agosto, numa reunião com o ministro da Economia, aguardando desde essa altura que seja indicado um interlocutor do Governo para tratar desta questão.
O secretário regional da Economia, que reafirmou que o apoio às famílias e empresas é a prioridade do executivo açoriano para 2012, criticou as “desastrosas opções” do Governo nacional por demonstrarem uma “olímpica indiferença pelas políticas de fomento económico”.
Vasco Cordeiro criticou depois o PSD/Açores e, especialmente, a sua líder, recordando que os Açores “estavam falidos em 1996”, quando Berta Cabral era responsável pelas finanças regionais.
Por outro lado, questionou “onde estariam hoje os Açores se em 2004 tivessem sido aceites as propostas do PSD para criar uma dezena de sociedades de desenvolvimento regional”.
“Os Açores atingiram um patamar de respeitabilidade porque souberam gerir bem os recursos”, afirmou, acrescentando que o executivo regional realizou as obras que eram necessárias “sem comprometer o futuro dos açorianos”.
Na resposta, o líder parlamentar do PSD/Açores, Duarte Freitas, denunciou a “preocupação” de Vasco Cordeiro em falar de Berta Cabral, frisando que, ao fim de 15 anos de governo da região, os socialistas fazem um “discurso de desresponsabilização completa”.
Para o vice-presidente da bancada socialista, Francisco César, a reacção do PSD/Açores demonstra “incomodidade quando se fala do passado”.
“Parece que têm vergonha do passado da vossa líder, mas o passado não se apaga”, frisou.