“No atual Quadro Comunitário de Apoio [QCA] já aprovamos 62 projetos, maioritariamente para jovens produtores, com um investimento de cerca de oito milhões de euros, que é quatro vezes mais se comparado com o QCA anterior”, frisou o secretário regional, que falava aos jornalistas no final de uma visita a duas explorações de hortifruticultura em Angra do Heroísmo.
Noé Rodrigues manifestou-se satisfeito pelo facto de “já existir nestas explorações um elevado grau de qualidade e inovação”, acrescentando que “o comércio e a distribuição precisam de saber que já há capacidade de produção local que substitui as importações e que os produtos são de qualidade e garantem elevada segurança alimentar”.
Nestas visitas, responsáveis pelas grandes superfícies comerciais da Terceira observaram uma exploração de hortícolas com o sistema de bioponia (sem recurso à utilização do solo) e outra de produção no solo com sistema de rega, ambas em estufas.
Pedro Toste, produtor em sistema de bioponia, realçou que os produtores locais “vendem tudo a preços mais baratos que os da importação, porque eles têm o custo do transporte que encarece o produto”.
A exploração que possui produz 10 mil pés de alface numa semana e na última campanha produziu seis toneladas de morango, estando a decorrer testes para a produção de tomate, beringela, pepino, acelgas, agrião, aipo e pimento.
Por seu turno, Paulo Rico, que produz na terra com sistema de rega, regista anualmente uma produção de 50 toneladas de batatas, alfaces, morangos, feijão verde e pepino.
“Tenho vindo a aumentar a produção como forma de compensar a descida dos preços que se tem verificado ao consumidor e também pelos custos dos intermediários, que ganham mais de 50 por cento”, salientou este produtor.
Para Noé Rodrigues, o “objetivo é aumentar as produções hortícolas, durante todo o ano” com o uso das estufas, esperando que “os comerciantes e distribuidores aproveitem para as absorver, porque o mercado existe”.