“É inegável a melhoria de acesso ao Serviço Regional de Saúde empreendida nos últimos 15 anos e só pode afirmar o contrário quem cristalizou num tempo passado”, afirmou Miguel Correia, no discurso que proferiu na abertura das XXXVII Jornadas Médicas das Ilhas Atlânticas, em Ponta Delgada.
O secretário regional frisou que os Açores possuem atualmente um número de médicos por mil habitantes “semelhante ao verificado no Canadá, Reino Unido ou Japão”, salientando que as melhorias registadas permitiram “garantir o acesso gratuito à medicina geral e familiar a toda a população” do arquipélago.
“Para quem dizia há uns anos que existiam 80 mil açorianos sem médico de família, hoje temos menos de metade nessas condições (36.200) mas, para essas pessoas, disponibilizamos consultas programadas nos centros de saúde e garantimos o acesso digno à medicina geral e familiar”, afirmou.
Na sua intervenção, Miguel Correia admitiu que “é possível fazer mais”, defendendo a necessidade de “aumentar ainda mais os ganhos em eficiência dos serviços, a produtividade dos recursos humanos e o combate diário ao desperdício”.
O governante disse não ter dúvidas que estas medidas concorrerão para “a sustentabilidade do serviço de saúde”, mas acrescentou que esta sustentabilidade “também se consegue reduzindo custos com a reorganização dos serviços, com o fomento de políticas de qualidade eficazes e com o aumento da medicina preventiva nos centros de saúde”.
Miguel Correia defendeu a necessidade de reduzir o recurso às urgências e a reincidência dos tratamentos, mas frisou que “esse patamar atinge-se, não com mais meios humanos, mas com melhor organização e com indicadores de qualidade eficazes”.
Para o secretário regional, as jornadas médicas que hoje começaram em Ponta Delgada, reunindo profissionais dos Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde, são uma oportunidade para trocar experiências que permitam melhorar os serviços de saúde em cada um dos arquipélagos e definir novos meios de financiamento.
“Creio que o turismo de saúde poderá constituir uma forma de exportação de cuidados de saúde, inclusivamente por parte dos serviços públicos”, afirmou, salientando que este é também “um desafio que se coloca aos empresários privados que queriam explorar esta área, beneficiando dos incentivos ao investimento disponibilizados pelos governos”.