“Mantendo-se este registo de diminuição de casos e de internamentos – são apenas 16 internados que temos nos Açores, nenhum em cuidados intensivos, – por mais algumas semanas, e percebendo-se que esta diminuição é consolidada, deixará de existir obrigatoriedade do uso de máscara”, afirmou o secretário regional da Saúde e Desporto dos Açores, Clélio Meneses.
O governante falava, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, no dia em que se assinalam dois anos do primeiro caso de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a covid-19, detetado na região.
Segundo o titular da pasta da Saúde nos Açores, está a ser analisada a possibilidade de revogação da obrigatoriedade de uso de máscara, uma das únicas medidas de controlo da pandemia de covid-19 em vigor na região, mas mantendo a “proteção dos mais vulneráveis”.
“O uso de máscara em espaços com pessoas com vulnerabilidade ou pela doença ou pela idade poderá ainda ser necessário”, reforçou.
Os Açores registaram hoje 81 novos casos de infeção, tendo agora 1.679 casos ativos e 16 doentes internados com covid-19, nenhum em cuidados intensivos.
Clélio Meneses disse que há uma tendência na região de “diminuição de casos, ao nível de infeções, ao nível de doença, sobretudo, e ao nível de doença que exija recurso aos cuidados hospitalares”, ao contrário do que acontece no continente português.
“Felizmente, nos Açores, não estamos a seguir a tendência nacional no número de casos. O que está identificado a nível nacional é que este aumento derivará do período de Carnaval. Nos Açores isso não acontece. Derivará das medidas que tomámos para que isso não acontecesse”, afirmou, lembrando que a região proibiu festejos na época carnavalesca.
O governante não afastou um cenário de aumento de casos nos Açores, lembrando que a região está aberta ao exterior.
“Estamos acompanhar e a decidir com o propósito de evitar um aumento de casos. Nada disto depende só de nós”, afirmou.
O diretor regional da Saúde, Berto Cabral, salientou que os festejos da Páscoa e do Divino Espírito Santo, que se aproximam, e mesmo as festas de verão, estão ainda dependentes da situação epidemiológica.
“Tudo vai sempre dependendo da avaliação feita ao longo do tempo”, frisou.
Berto Cabral admitiu que as festas religiosas e profanas realizem, à semelhança do que aconteceu em 2021 com as touradas à corda, na ilha Terceira.
“Se se mantiver esta tendência decrescente, e não houver um agravamento de internamentos e de óbitos, ou um escalar do número de casos a um patamar mais exigente, à partida não haverá razão para que os festejos, como toda a população deseja, não se venham a realizar”, apontou.
Lusa