O Governo dos Açores vai apresentar uma Agenda Tecnológica na próxima semana com o objetivo de captar investimentos deste tipo e canalizar fundos europeus do próximo quadro comunitário de apoio, anunciou hoje o presidente do executivo, Vasco Cordeiro.
“Entre outros eixos de orientação, esta Agenda irá perspetivar de forma clara, de acordo com o próximo quadro comunitário [2014-202], o investimento em formação avançada em Engenharia e Tecnologias, quer ao nível da formação pós-secundária, quer ao nível da pós-graduação”, salientou Vasco Cordeiro, citado num comunicado do executivo açoriano.
Vasco Cordeiro falava na ilha Graciosa, na cerimónia de lançamento da primeira pedra da Estação ARM (Atmospheric Radiation Measurement, para medição da radiação atmosférica), que resulta de uma parceria envolvendo o Governo dos Açores, o Governo dos EUA (através do Laboratório Nacional de Los Alamos), a Universidade dos Açores (por intermédio do Centro do Clima, Meteorologia e Mudanças Globais e da Fundação Gaspar Frutuoso) e a Câmara Municipal de Santa Cruz, segundo o mesmo comunicado.
“Queremos que esta Agenda nos permita prever as condições para inovar e criar novos produtos de valor acrescentado, tendo por base a utilização intensiva de tecnologia, alargando a nossa base produtiva para atividades emergentes e majorando a inovação e utilização de tecnologia avançada nos sistemas de incentivos”, afirmou.
Referindo-se à Estação ARM, Vasco Cordeiro considerou que “foi possível confirmar, mais uma vez, a mais-valia decorrente da posição geoestratégica” dos Açores e da Graciosa, uma ilha “de pequena área e altitude”, que são “ideais para o estudo de um conjunto de fenómenos da relação oceano/atmosfera que influenciam o clima global e que interferirão de forma relevante nas mudanças climáticas”.
A Estação ARM será construído no mesmo local onde funcionou uma estação móvel com o mesmo objetivo em 2009 e 2010, e criará uma dezena de postos de trabalho, além de gerar um “movimento que se espera constante e crescente de técnicos e cientistas de várias partes do mundo”, sublinhou o presidente do Governo dos Açores.
A nova estação tem um custo, a nível da infraestrutura, que ronda os 500 mil euros e um orçamento anual que está estimado no mesmo valor, segundo o Governo Regional.
“Estou convicto ser perfeitamente possível que este novo projeto seja o motor para a criação e desenvolvimento de outros projetos da mesma área”, afirmou Vasco Cordeiro, que referiu que, além da estação ARM, a Graciosa integra também a Rede Internacional de Radares para o Estudo da Atmosfera Superior da Terra (SuperDARN), destinada à monitorização das regiões polares, medindo a posição e a velocidade das partículas existentes na ionosfera, que se situa entre os 60 e os mil quilómetros de altitude.
O presidente do Governo dos Açores referiu ainda outros projetos ligados à área aeroespacial que estão a ser desenvolvidos na ilha de Santa Maria.
Lusa