Em declarações aos jornalistas após uma reunião entre o Governo Regional e o presidente e executivo da Câmara de São Roque do Pico, José Manuel Bolieiro disse ter ficado clara a “prioridade” de avançar com a “proteção da orla costeira e futuro ordenamento da baía”, devido ao “galgamento do mar”.
“Em 2021, houve o compromisso de estudos. Foram feitos. Para 2022, fica a garantia de um projeto para esse efeito e, após o projeto, de uma candidatura na programação financeira [comunitária] para 2022 — 2027”, descreveu o presidente do Governo Regional dos Açores.
A intenção do governante é, “compatibilizar, depois”, esta intervenção, “otimizando toda a disponibilidade que a partir daí se vai gerar para o porto comercial e, quiçá, para recreio”.
“É uma estratégia que, pensando a médio e longo prazo, assegura um conjunto de soluções e oportunidades para resolver um risco grave que hoje se vive, com o galgamento do mar”, justificou.
O projeto ainda vai ser elaborado, pelo que faltam detalhes sobre a obra, mas, disse Bolieiro, “inevitável será o molhe e proteção à estrada regional, que é confrontada com vários galgamentos na orla costeira”.
Por agora, explicou, nada está previsto ao nível do porto comercial de São Roque do Pico.
De acordo com o presidente do Governo, a intervenção na orla costeira “é o plano mais estratégico que pode ter efeitos multiplicadores”.
O presidente da Câmara de São Roque do Pico, Luís Filipe Silva, disse aos jornalistas ter recebido do Governo o compromisso de ter, em 2022, “o projeto executado para lançar obra no fim de 2022 ou início de 2023”.
Relativamente à área da habitação, José Manuel Bolieiro indicou que ficou também definido com “prioritária para o desenvolvimento de São Roque do Pico a necessária oferta habitacional para ajudar a fixar população e garantir residência no concelho”.
Da reunião na Câmara Municipal, saiu o “compromisso de boa cooperação entre o Governo e autarquia, para garantir, independentemente das necessidades sociais, oportunidade para a classe média se fixar no concelho”, explicou o presidente do Governo.
Na área da Saúde, ficou assegurada a “reabilitação do edificado” da unidade de cuidados médicos locais, que tem problemas de “infiltrações”, bem como a aposta nos recursos humanos.
“Não deixámos de falar também de outros assuntos comuns a toda a ilha, como os caminhos agrícolas e a disponibilidade de água para consumo humano. O investimento na água para consumo humano é da responsabilidade do município, mas estamos abertos para cooperar no âmbito de candidaturas a fundos comunitários”, indicou.
O Governo dos Açores cumpre hoje o terceiro dia de visita estatutária à ilha do Pico, onde ainda está previsto realizar-se, hoje, uma reunião com a ACIP — Associação Comercial e Industrial da Ilha do Pico e a reunião do Conselho de Ilha do Pico.
Segundo o Estatuto Político-Administrativo dos Açores, o Governo Regional tem de visitar cada uma das ilhas do arquipélago sem departamentos governamentais (seis das nove), pelo menos uma vez por ano, com a obrigação de reunir o Conselho do Governo na ilha visitada.
O atual executivo açoriano do PSD-CDS-PPM, eleito em outubro de 2020, esteve impedido de as realizar devido à pandemia de covid-19.
Lusa