Governo dos Açores deixa cair proposta de criação de centro hospitalar

O Governo Regional dos Açores recuou na intenção de criar um centro hospitalar para gerir os três hospitais da região, bem como na decisão de encerrar quatro centros de saúde às 20:00.
As alterações à proposta inicial de reestruturação do Serviço Regional de Saúde foram apresentadas hoje, em Angra do Heroísmo, pelo secretário regional da Saúde, Luís Cabral, após um período de discussão pública, em que o executivo recebeu mais de 70 contributos.
Segundo Luís Cabral, o Plano de Ação para a Reestruturação do Serviço Regional de Saúde, que será agora implementado, vai promover uma melhor articulação entre as unidades de saúde, mas os três hospitais da região mantêm as suas administrações.
“Consideramos que é possível e desejável, ao invés de avançar para a constituição do Centro Hospitalar dos Açores, lançar mão de instrumentos existentes, como a Saudaçor e a Comissão de Coordenação do Serviço Regional de Saúde, para definir, acompanhar, avaliar e fiscalizar as medidas que visam a uniformização de procedimentos e consequente poupança de recursos, bem como as medidas conducentes a uma maior articulação e coordenação entre os três hospitais da região que, assim, mantêm a sua autonomia atual”, frisou.
O governante admitiu ponderar a necessidade de alterar a estrutura organizativa dos hospitais da região, mas “só após a consolidação e avaliação dos resultados deste processo”.
Tal como já havia sido anunciado, os três hospitais mantém as especialidades médicas existentes, ao contrário do que a primeira versão da proposta defendia, o que segundo Luís Cabral se justifica com a “condição arquipelágica” dos Açores.
Ainda assim, os médicos serão incentivados a diferenciarem os serviços que prestam em cada hospital, havendo uma complementaridade articulada entre os três, assegurada pela Comissão de Coordenação.
À semelhança do que já acontece com as grávidas, os utentes das ilhas sem hospital passam a poder escolher o hospital de destino, deixando de existir a atual rede de referenciação.
“Este processo permitirá também que os hospitais criem centros de excelência e invistam na qualidade e na sua diferenciação”, salientou.
Quanto aos centros de saúde, estava previsto o encerramento das unidades da Ribeira Grande, Nordeste, Vila Franca do Campo e Praia da Vitória às 20:00, mas a nova proposta alarga o horário para o período das 8:00 às 24:00, o que significa que na Praia da Vitória se mantém como está atualmente.
Os restantes centros de saúde, localizados na ilha de S. Miguel, estavam até agora abertos 24 horas por dia, mas só está previsto que encerrem às 24:00 no primeiro trimestre de 2014, quando o ‘call center’ da Saúde estiver operacional e entrar em funcionamento a viatura de Suporte Imediato de Vida (SIV) na Ribeira Grande.
O executivo açoriano pretende, no entanto, que os médicos de medicina geral e familiar destes centros de saúde se concentrem na prestação de cuidados primários aos utentes das suas listas, pelo que está prevista a contratação de três a quatro médicos sem especialidade por unidade de saúde, para “assegurarem o serviço de atendimento urgente”.
Já os centros de saúde de Angra do Heroísmo, Horta e Ponta Delgada, ou seja das cidades com hospital, que eram inicialmente apontados como centros de saúde básicos, passam agora a ser classificados como intermédios, mantendo as funções que asseguram atualmente e alargando o seu horário de encerramento para as 20:00.

 

Lusa

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