“O equilíbrio e a ponderação é que ajudam a resolver os problemas e os conflitos onde aparentemente há diferença de interesses. Conseguimos conjugar, num diálogo leal, a importância de salvaguardar os direitos e as expectativas dos trabalhadores, a sustentabilidade da empresa e o serviço às populações”, avançou José Manuel Bolieiro, em declarações aos jornalistas, à margem de uma audiência com o Comandante das Forças Terrestres, tenente-general António Martins Pereira.
O Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pesca (SIMAMEVIP) suspendeu na segunda-feira uma greve que se arrastava desde dezembro na Atlânticoline, empresa responsável pelo transporte marítimo de passageiros nos Açores.
O presidente do executivo açoriano garantiu que a empresa pública regional teve “autonomia e independência” nas negociações, mas admitiu a sua intervenção no processo, a pedido do sindicato.
“O assunto está resolvido. A minha intervenção, naturalmente, foi pedagógica e de compromisso, no integral cumprimento de satisfação dos direitos dos trabalhadores e a sustentabilidade da empresa”, afirmou.
José Manuel Bolieiro justificou a sua participação nas negociações com o tempo decorrido desde o início da greve e com a “penalização” da população das ilhas do Triângulo (Faial, Pico e São Jorge), “que apesar de tudo foi sendo minimizada”.
O presidente do Governo Regional disse que foi possível assegurar o “integral cumprimento do acordo de empresa” e a evolução das carreiras e do estatuto remuneratório dos trabalhadores, “sem pôr em causa a sustentabilidade económica” da Atlânticoline.
A empresa pública que assegura o transporte marítimo de passageiros e viaturas, durante todo o ano, entre as ilhas do Triângulo, movimenta anualmente mais de meio milhão de pessoas.
Lusa