O secretário regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública, Joaquim Bastos e Silva disse esta sexta-feira, que extinguir a açucareira Sinaga foi uma decisão “imprescindível” e das “mais óbvias” do executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM.
Ouvido na comissão de Economia da Assembleia Regional, Bastos e Silva, considerou “desastrosa” a situação financeira da Sinaga, empresa que em 2010 foi adquirida pelo Governo dos Açores e cuja extinção já foi anunciada.
“Uma solução imprescindível, das mais óbvias que o XIII governo tomou”, disse o secretário regional, referindo-se à extinção da empresa, após uma pergunta do deputado socialista Carlos Silva sobre as alternativas para o futuro da empresa.
O governante avançou que a açucareira soma uma dívida aos fornecedores de 810 mil euros, a que se junta 35 milhões de prejuízos ao longo dos anos.
“A região autónoma dos Açores transferiu para a Sinaga, entre 2015 e 2020, cerca 8,9 milhões de euros. Se consideramos o valor de aquisição da empresa pelo Governo Regional, 800 mil euros, estamos a falar de mais 35 milhões de euros pagos e a pagar pelos contribuintes”, assinalou.
Bastos e Silva disse esperar que a liquidação de “parte dos ativos, como a “marca e as máquinas”, aconteça no “decorrer do próximo ano”, sendo que a venda do património imobiliário só deverá acontecer, “provavelmente”, em 2023.
O secretário regional disse que, dos 51 trabalhadores da empresa, 21 já foram cedidos a vários serviços públicos nos últimos dois anos.
“Os restantes 30, considerando a diminuição da atividade comercial da empresa nos últimos meses, uma parte começou a ser cedida a 01 de agosto e a restante será cedida a 01 de outubro”, acrescentou.
O deputado do PS Carlos Silva questionou o governante sobre se a empresa registava capitais próprios negativos à data da decisão da extinção.
“[A empresa] não tinha capitais próprios negativos porque foram feitas as injeções de capital pelo Governo Regional e pelos contribuintes”, retorquiu Bastos e Silva.
O deputado do PSD/Açores António Vasco Viveiros salientou que os capitais próprios positivos da empresa aquando da extinção só foram conseguidos através dos “reforços de capital” público, e defendeu que, se não fosse extinta, a “empresa continuaria a absorver os recursos dos contribuintes”.
Lusa