O Governo dos Açores e o CDS-PP anunciaram, esta quinta-feira, um entendimento sobre medidas a incluir no Plano e Orçamento para 2019, com o executivo a elogiar a “responsabilidade” dos centristas que, contudo, não anunciaram já o sentido de voto.
O presidente do executivo regional, Vasco Cordeiro, e o líder do CDS nos Açores, Artur Lima, estiveram hoje reunidos no parlamento dos Açores, na Horta, à margem do debate sobre o Plano e Orçamento da região para o próximo ano.
No final do encontro, Artur Lima declarou que foi possível um entendimento em “medidas muito úteis para a sociedade açoriana”, num “exemplo daquilo que deve ser a política”.
“O CDS apresentou-se aqui como oposição construtiva”, vincou o líder centrista, que elencou três propostas que, acredita, “irão merecer a aprovação” do PS, com maioria no parlamento, e eventualmente de “todos” os partidos.
Um prémio de mérito “para todos os alunos que entram na universidade”, uma “residência para doentes deslocados em Ponta Delgada, que constituirá o início de uma rede” nos Açores “para doentes deslocados que veem das ilhas sem hospital”, e uma “ação determinada no combate às listas de espera cirúrgicas”, sobretudo “nas mais incapacitantes para o trabalho das pessoas”, foram as medidas avançadas pelo chefe de bancada do CDS.
No que refere ao sentido de voto da bancada centrista sobre o Plano e Orçamento, esse “será anunciado na tribuna na altura própria”, sublinhou Artur Lima.
Já Vasco Cordeiro, chefe do executivo açoriano, diz que a postura do Governo Regional foi trabalhar com quem quisesse trabalhar com o executivo, “melhorar esses documentos com quem quisesse melhorar” esse trabalho.
“Tenho de reconhecer que o CDS-PP, simultaneamente, apresentou propostas que correspondem a esse objetivo, que tornam ainda melhores os documentos que entraram nesta casa, e fez essas propostas com grande sentido de responsabilidade do ponto de vista financeiro, com sentido de justiça, e com esse critério muito claro de benefício para os açorianos”, enalteceu Vasco Cordeiro.
Questionado sobre a posição do PSD e eventuais conversações com os sociais-democratas, que mudaram de liderança há alguns meses, o presidente do Governo dos Açores disse apenas que o que recordava das declarações do novo líder do PSD, Alexandre Gaudêncio, era que “estava farto”, numa referência a declarações do social-democrata à agência Lusa onde este dizia ver com “bons olhos” a intenção de colaboração manifestada por Vasco Cordeiro, mas assumia estar “farto de boas intenções”.
“Estamos agradecidos com esta visão. Estando à frente da liderança do partido, vemos com bons olhos esta intenção, mas de boas intenções estamos fartos”, declarou Alexandre Gaudêncio no começo de outubro, pouco depois de ter ganho as eleições pela liderança do PSD/Açores.
Para esta tarde está também marcado na Horta, à margem da sessão plenária do parlamento, um encontro entre Vasco Cordeiro e o deputado único do PCP no hemiciclo açoriano, João Paulo Corvelo, sendo expectável que haja também algum tipo de entendimento sobre algumas medidas com os comunistas.
O PS detém maioria absoluta no parlamento dos Açores.
O debate do Plano e Orçamento para 2019 arrancou na terça-feira e a votação final global decorrerá na sexta-feira.
Lusa