O secretário regional do Turismo e Transportes dos Açores disse hoje que o executivo está “empenhado”, enquanto acionista, em ajudar o grupo SATA a vencer o desafio imposto pela liberalização do transporte aéreo.
“O Governo dos Açores, enquanto acionista da SATA, está empenhado em ajudar a companhia a vencer todos esses novos desafios dentro do novo quadro legal em que ela se insere, e é isso que iremos fazer”, declarou Vítor Fraga aos jornalistas.
O titular da pasta dos Transportes reagia, no aeroporto de Ponta Delgada, no âmbito da chegada do primeiro voo “low cost” aos Açores, a uma carta aberta enviada pelos trabalhadores da SATA e sindicatos ao presidente do executivo regional, onde dizem temer pelo futuro da companhia.
Na sequência de negociações entre os governos da República e dos Açores, entrou hoje em vigor, com o aval da União Europeia, o novo modelo de transporte aéreo entre os Açores e continente, que contempla a liberalização de duas rotas, designadamente Ponta Delgada e Terceira.
No entanto, além da SATA e da TAP, as operadoras aéreas de baixo custo easyJet e Ryanair apenas vão manter ligações com o aeroporto de Ponta Delgada, admitindo a possibilidade de voar para a Terceira numa fase posterior, em função da evolução do mercado.
Vítor Fraga considerou que o novo modelo de transporte aéreo traz novas oportunidades e que é nesta perspetiva que a região se deve focar, tendo lembrado que a SATA é a mais antiga companhia aérea do país e que tem vencido ao longo da sua história os desafios com que foi confrontada, como está convicto que irá acontecer de novo, tendo como referência a “experiência e capacidade” dos trabalhadores.
Considerando que a partir de hoje materializa-se aquela que é a “maior reforma de sempre” em termos de acessibilidades nos Açores, o governante defendeu que este é um processo que trará naturalmente grandes mais-valias para todos aqueles que possam usufruir do transporte aéreo quer ao nível dos residentes, quer ao nível daqueles que nos visitam
Questionado sobre se há mercado para quatro operadoras nos Açores (SATA, TAP, Ryanair e Easyjet), o titular da pasta dos Transportes do executivo açoriano defendeu que se “deve tirar partido da oferta existente”, potenciando-a, visando aumentar a mobilidade e a acessibilidade aos Açores, a par da captação de fluxos turísticos.
“O nosso enfoque deve ser como tirar partido deste novo modelo, como podemos utilizar estas novas oportunidades e abordá-las no sentido de gerar e trazer riqueza para a região”, adiantou.
O secretário regional dos Transportes e Turismo admitiu que a abertura do mercado aéreo nos Açores irá potenciar novos negócios associados a novos produtos turísticos que se irão adaptar à tendência da procura na região.
Lusa