Governo dos Açores lança novas medidas vocacionadas para ensino experimental das ciências

O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia afirmou hoje, em Vila do Porto, que é com “muito orgulho” que os Açores recebem, pela terceira vez, a edição nacional da competição CanSat, um programa educativo da Agência Espacial Europeia (ESA), organizado pela Ciência Viva, em parceria com o Governo Regional.

Gui Menezes, que falava à margem da sessão de abertura do 6.º CanSat Portugal, que também contou com a presença da Presidente da Agência Espacial Portuguesa, Chiara Manfletti, lembrou que, além de esta ser a terceira vez consecutiva que o concurso se realiza em Santa Maria, também no ano passado se realizou nesta ilha a final europeia da competição.

O Secretário Regional, em declarações aos jornalistas, afirmou que o CanSat “vai ao encontro de outras linhas de fomento da literacia científica e da promoção da cultura científica do Governo dos Açores junto dos mais novos, dirigidas a alunos e professores”, acrescentando que estão a ser implementadas várias iniciativas na Região com o mesmo propósito, “nomeadamente os clubes de robótica, que já estão espalhados por cerca de 20 escolas” do arquipélago.

Segundo Gui Menezes, estas medidas, entre as quais o apoio ao CanSat, inserem-se no Plano de Ação para a Cultura Científica e Tecnológica dos Açores (PACCTO Açores), criado em 2018, e que foi apresentado precisamente na última edição do Cansat nacional.

“Faz todo o sentido que este evento se realize em Santa Maria, uma ilha muito direcionada para questões espaciais”, afirmou, frisando que “vem no sentido da estratégia que tem vindo a ser delineada pelo Governo dos Açores”.

“Santa Maria é uma ilha que tem já uma grande notoriedade na área aeroespacial e que está a ganhar mais relevo em termos nacionais e internacionais”, disse.

O Secretário Regional adiantou que, um ano depois da criação do PACCTO Açores, “que assentava em 15 medidas, neste momento já estão implementadas cerca de 50% das medidas”.

Gui Menezes referiu ainda que, no âmbito do PACCTO Açores, o Governo Regional lançou, na semana passada, a segunda edição do concurso para apoio ao ensino experimental das ciências, que, pela primeira vez, admite como beneficiários, não apenas as escolas da rede pública de ensino e as escolas profissionais, mas também outras entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos com atividades de coordenação, gestão, acolhimento e valorização de ciência e tecnologia.

O Secretário Regional adiantou ainda durante este mês serão lançados mais dois concursos, “um que visa o apoio ao desenvolvimento de projetos de investigação com envolvimento direto dos cidadãos, e outro que se destina ao apoio ao desenvolvimento de projetos de índole científico-tecnológico, que utilizem suporte multimédia para a divulgação científica”.

O CanSat é um concurso dirigido a alunos do ensino secundário e profissional que tem como principal objetivo a construção, configuração e lançamento de um minissatélite do tamanho de uma lata de refrigerante.

O microssatélite é lançado por um foguetão até uma altitude de 1.000 metros para que, durante a descida, seja possível realizar uma experiência científica, captar os sinais emitidos (telemetria) e garantir uma aterragem segura.

Nesta sexta edição do CanSat Portugal, que termina sábado, estão a concurso 16 equipas de várias escolas do país, entre as quais a Escola Profissional das Capelas, de São Miguel, envolvendo cerca de 120 participantes, entre alunos, professores e membros do júri.

Desde 2015, o Governo dos Açores investiu cerca de 230 mil euros neste programa educativo que pretende estimular os jovens para as áreas da ciência e da tecnologia, da engenharia e do espaço, assegurando a organização de competições regionais e nacionais, bem como a participação de equipas açorianas em finais europeias.

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